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Brasil Bolsonaro alegou que pode ter errado ao não declarar no Imposto de Renda um dinheiro depositado na conta de sua mulher por ex-assessor

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Relatório do Coaf apontou operações suspeitas. (Foto: Agência Brasil)

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse que pode ter errado ao não declarar no IR (Imposto de Renda dinheiro depositado na conta da mulher dele por um ex-assessor do filho Flávio Bolsonaro. A transação consta em um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), que apontou várias operações suspeitas envolvendo colaboradores de Flávio.

Ao menos nove servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que trabalharam no gabinete de Flávio Bolsonaro teriam depositado valores na conta de seu ex-motorista Fabrício de Queiroz. No total, o grupo repassou a Fabrício R$ 184 mil entre janeiro de 2016 e março de 2017. Mais da metade do valor saiu da conta de uma das filhas dele, Nathalia Melo de Queiroz.

Também são citados os nomes da outra filha de Fabrício, Evelyn Melo de Queiroz e da mulher Márcia Oliveira Aguiar. Além delas: Agostinho Moraes da Silva, Jorge Luís de Souza, Luiza Souza Paes, Raimunda Veras Magalhães, Wellington Rômulo da Silva e Marcia Cristina Nascimento dos Santos.

Algumas informações do relatório chamam a atenção. Nathalia foi exonerada do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa fluminense no dia 12 de dezembro de 2016. Naquele mesmo dia, a irmã dela, Evelyn, foi contratada para ocupar a vaga.

O MPF (Ministério Público Federal) constatou que, no dia seguinte, os valores movimentados na conta do pai delas aumentaram. Os saques chegaram a R$ 58 mil em seis dias.

O relatório também afirma que o valor das transações prosseguiu alto entre janeiro e março de 2017. Segundo o Coaf, os saques em valores fracionados somam R$ 49 mil, e indicam uma tentativa de enganar os órgãos de controle.

Nathalia não ficou sem cargo. Foi nomeada secretária parlamentar no gabinete, em Brasília, do agora presidente eleito Jair Bolsonaro, que na época era deputado federal. Junto ao nome de Nathalia, o relatório aponta transferências feitas por ela no valor de R$ 84 mil. No total, as operações consideradas suspeitas pelo Coaf chegaram a R$ 1,2 milhão.

Esse relatório foi encomendado pelo MPF durante a Operação Furna da Onça que prendeu dez deputados estaduais do Rio, em novembro. A ex-secretária parlamentar Michele de Paula, atual mulher de Jair Bolsonaro, foi favorecida. A conta dela recebeu R$ 24 mil.

Na última sexta-feira, Jair Bolsonaro argumentou que o depósito foi o pagamento de uma dívida que o amigo Fabrício de Queiroz tinha com ele e que o valor foi até maior, de R$ 40 mil. Já np sábado, durante uma cerimônia de formatura na Escola Naval, no Rio de Janeiro, o presidente eleito disse ser amigo de Fabrício há 34 anos e que já o ajudou financeiramente outras vezes.

“São indícios que a Justiça vai somar a outros possíveis indícios para chegar à conclusão se ele é culpado ou não, ele vai ser julgado, com toda a certeza”.

Bolsonaro também voltou a dar explicações sobre o depósito na conta da mulher: “Na conta do Queiroz não tenho nada a falar, não conheço a conta do Queiroz. Foi na minha esposa, pode considerar na minha, não foi na minha conta por falta de mobilidade minha, que eu ando atarefado o tempo todo para ir em banco. Pode considerar na minha conta”.

Indagado sobre o porquê de não ter declarado o valor no Imposto de Renda, ele respondeu: “O empréstimo foi se avolumando, eu não posso de um ano para outro, mais R$ 10 mil, R$ 15 mil. Se eu errei, foi avolumando o empréstimo. Se eu errei, se eu errei eu arco com a minha responsabilidade perante o fisco, sem problema nenhum”.

Em relação a ter conversado com o filho sobre a transação, Bolsonaro afirmou: “Se você pegar teu ciclo de amizade na imprensa, num quartel, num hospital, é normal entre aqueles funcionários um ajudar o outro, é normal acontecer isso daí. E não foi diferente na Câmara, na Assembleia Legislativa”.

“A gente se socorre de gente que está ao lado e não de terceiros. É natural, quando alguém é exonerado no gabinete, é natural quem está lá dentro apresentar alguém com competência para assumir aquele lugar e muitas vezes são parentes. Temos 14 milhões de desempregados no Brasil, não tem nada a ver isso aí”, finalizou.

Flávio

Em uma rede social, Flávio Bolsonaro reafirmou não ser investigado e que cabe ao seu ex-assessor prestar os esclarecimentos ao MPF sobre os depósitos em sua conta. No Paraná, o irmão e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse que não deve haver interferência na investigação e comentou os repasses.

“Às vezes, você até se mistura o trabalho com a amizade. Então, às vezes ocorre de emprestar dinheiro. Por exemplo, uma vez um assessor meu me ajudou para ajudar um cliente para comprar o meu carro, isso acaba se misturando. É como eu falei, tem que esperar para ver o que vai ocorrer e o que o Coaf vai acusar”.

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