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Política Bolsonaro ataca Deltan Dallagnol e acusa a Operação Lava-Jato de fabricar depoimentos

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Conteúdo poderá ser utilizado em processo em que Lula pede indenização ao ex-procurador, na foto. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou no domingo (12), em vídeo publicado pela manhã que a Operação Lava-Jato de produzir depoimentos e depois “chamar o cara para assinar”. Bolsonaro não deu detalhes sobre sua acusação. No mesmo vídeo, ele atacou o ex-procurador da República Deltan Dallagnol, recém-filiado ao Podemos, mesmo partido do pré-candidato à Presidência Sérgio Moro, ex-juiz responsável pela maioria das decisões judiciais envolvendo a operação.

Ao comentar por que se negou a receber Dallagnol em audiência no Planalto em 2019, Bolsonaro afirmou: “Se eu tivesse uma audiência com ele, com toda a certeza, eu não iria indicá-lo para PGR (Procuradoria-Geral da República), mas ele iria sair com uma história pronta, como eles faziam por ocasião de alguns depoimentos da Lava Jato, escreviam o depoimento e chamavam o cara para assinar.” De acordo com Bolsonaro, a audiência havia sido pedida pouco antes de o presidente indicar o nome de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da República. “E ia falar o quê: que eu teria feito uma proposta indecorosa pra ele, para salvar algum parente. Como ele não aceitou, o Deltan Dallagnol, iria me acusar do quê? De parcial.”

Os choques entre Bolsonaro, Moro e Dallagnol cresceram depois que Moro se filiou ao Podemos e lançou o livro Contra o Sistema da Corrupção. Nele, o ex-juiz, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, escreveu: “Ouvi alguns rumores de que o Planalto teria sido previamente consultado sobre a revisão da condenação em 2ª instância pelo STF e que não teria apresentado objeção à mudança. O fato é que, na leitura política do Planalto – e isso eu ouvi lá dentro – a soltura do ex-presidente Lula favorecia Bolsonaro na medida em que alimentava a polarização para as eleições de 2022.” Ao comentar a passagem, Bolsonaro disse que Moro, ao entrar para a política, aprendera a mentir muito rápido.

No mesmo vídeo, Bolsonaro divulgou um conteúdo do influencer conservador Kim Paim e afirmou que os seus seguidores “têm que assistir e repassar” adiante. No conteúdo compartilhado, o youtuber retoma a ideia de que Moro foi parcial quando juiz na Lava-Jato ao mostrar que mesmo o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), na época filiado ao PSDB, sendo citado em depoimentos da Operação Lava Jato, nenhuma investigação foi aberta para investigar o senador. Atualmente, Alvaro Dias é considerado o patrono de Moro no Podemos. No vídeo, o youtuber chama ainda Dallagnol de lulista e diz que Moro se ligou a mensaleiros.

Deltan Dallagnol se filiou ao Podemos na última sexta-feira (10) e pretende concorrer a um cargo de deputado federal. Durante discurso no evento, o ex-procurador da Lava-Jato resgatou o que toma como avanços da operação e criticou as medidas do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A filiação de Dallagnol faz parte do esforço do Podemos em criar uma “bancada da Lava Jato” com ex-integrantes do Judiciário e do Ministério Público. Além de Deltan e Moro, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot também deve se filiar à legenda.

Resposta

Deltan rebateu no domingo a fala de Bolsonaro (PL) — que disse que ele se negou a receber Deltan em audiência no Planalto em 2019, antes de escolher Augusto Aras como procurador-geral da República — e a acusação de que a Operação Lava-Jato produziu depoimentos.

“O presidente Bolsonaro errou ao dizer que os procuradores escreviam as delações dos colaboradores, talvez porque ele não teve a oportunidade de conhecer melhor o nosso trabalho na Lava Jato”, disse Deltan. “Todos os acordos de cooperação foram negociados pela defesa e os fatos e as provas foram trazidos espontaneamente.”

Sobre o pedido de encontro, Deltan disse que jamais pediu reunião com Bolsonaro, “nem depois da indicação do procurador-geral da República”. De acordo com o ex-procurador, interlocutores do Planalto o procuraram em 2019 para perguntar se ele aceitaria uma reunião com Bolsonaro. A oferta, aponta o ex-procurador, foi recusada. “A nossa equipe de procuradores entendeu que os encontros não seriam apropriados porque alimentariam questionamentos infundados sobre nosso trabalho”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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