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Por Redação O Sul | 25 de março de 2019
O presidente da República, Jair Bolsonaro, utilizou as redes sociais nesta segunda-feira (25) para comemorar a confissão feita pelo terrorista italiano Cesare Battisti em um interrogatório no sábado (23), diante do promotor Alberto Nobili, titular do grupo antiterrorismo de Milão, na Itália.
O ativista de esquerda confessou ser o responsável pelos quatro assassinatos cometidos na década de 1970, que renderam a condenação dele à prisão perpétua. Para Bolsonaro, as afirmações do italiano reforçam a importância do governo brasileiro na extradição do terrorista, que foi preso na Bolívia em janeiro deste ano.
“Por anos denunciei a proteção dada ao terrorista, aqui tratado como exilado político. Nas eleições, firmei o compromisso de mandá-lo de volta à Itália para que pagasse por seus crimes. A nova posição do Brasil é um recado ao mundo: não seremos mais o paraíso de bandidos!”, escreveu o presidente brasileiro.
Bolsonaro atacou partidos da oposição (PT, PSOL e PCdoB) por terem apoiado a permanência de Battisti no Brasil enquanto exilado. “Battisti, herói da esquerda, que vivia colônia de férias no Brasil proporcionada e apoiada pelo governo do PT e suas linhas auxiliares (PSOL, PCdoB, MST), confessou pela primeira vez participação em quatro assassinatos quando integrou o grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo”, escreveu Bolsonaro.
Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1987 por ter participado, no fim dos anos 1970, dos quatro homicídios atribuídos ao grupo italiano de esquerda Proletários Armados pelo Comunismo, considerado praticante de atos terroristas pelo governo da Itália. Integrante do bando, Battisti chegou a ficar dois anos preso na Itália, mas fugiu da cadeia em 1981.
Os advogados do ativista italiano alegam que o julgamento teve motivações políticas, reclamam que não puderam fazer a defesa, já que ele foi julgado à revelia, e contestam o rigor da pena: além de ter que ficar preso para sempre, Battisti não poderia ter banho de sol.
Battisti chegou ao Brasil em 2004, depois de passar por México e França. Em 1990, o então presidente francês François Mitterrand acolheu ex-ativistas italianos desde que eles abandonassem a luta armada. Battisti aproveitou a regra e ficou na Europa até 2004, quando a sua condição de refugiado na França foi revogada.