Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 18 de julho de 2019
O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira (18) que pretende transferir a Ancine (Agência Nacional do Cinema) do Rio de Janeiro para Brasília e criticou o patrocínio federal a produções audiovisuais que, segundo ele, fazem “ativismo”.
Na cerimônia em comemoração aos 200 dias do atual governo, ele disse que não pode admitir que dinheiro público seja destinado a filmes como o que mostra avida da ex-garota de programa Bruna Surfistinha, em referência à produção do diretor Marcus Baldini que teve a atriz Deborah Secco como protagonista.
“Agora pouco, o [ministro da Cidadania] Osmar Terra e eu fomos para um canto e nos acertamos. Não posso admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha. Não dá. Ele apresentou propostas sobre a Ancine, para trazer para Brasilia. Não somos contra essa ou aquela opção, mas o ativismo não podemos permitir em respeito às famílias. É uma coisa que mudou com a chegada do governo”, disse o presidente.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro assinou um decreto que transferiu o Conselho Superior do Cinema, responsável pela formulação da política nacional de audiovisual, do Ministério da Cidadania para a Casa Civil. Bolsonaro está insatisfeito com a política de fomento ao cinema e fará alterações na atual estrutura.
Bolsonaro teria cogitado, inclusive, diluir as funções da Ancine em um departamento da própria pasta, o que seria feito por meio de uma medida provisória. A possibilidade, no entanto, foi negada por Osmar Terra.
“A Ancine, na verdade, era para ser em Brasília. Ela estava, em uma forma extemporânea, inadequada, no Rio de Janeiro. Até por conforto do pessoal que morava no Rio de Janeiro. Então, nós estamos trazendo de volta, ela tem que ficar aqui”, disse. “Ela não vai ter a função distribuída no ministério. A política é nossa”, acrescentou.
Segundo relatos feitos por assessores presidenciais, a mudança da Ancine para Brasília e a transferência do órgão colegiado para a Casa Civil fazem parte de uma tentativa do presidente de ter mais influência sobre as decisões das estruturas federais.
Já o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o Conselho Superior de Cinema “volta para a casa onde ele nasceu”. Segundo o gaúcho, a decisão foi tomada porque o cinema precisa ter apoio, mas também deve ter cobrança de resultado.