Sexta-feira, 20 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de setembro de 2022
O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL criticou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de proibição do porte de armas nas seções eleitorais e o uso de celular na cabine de votação durante o dia do pleito. A medida foi aprovada por unanimidade em sessão administrativa da Corte.
“No meu entender, é mais um abuso do TSE. Eles estão tomando várias medidas que prejudicam sempre o nosso lado. Lamentavelmente, o TSE tem agido dessa maneira, espero que o povo vá votar, participe”, apontou a jornalistas após discurso na Expointer em Esteio, no Rio Grande do Sul.
Segundo o TSE, na cabine de votação é vedado portar aparelho de telefonia celular, máquina fotográfica, filmadoras e equipamentos de radiocomunicação ou qualquer acessório que possa comprometer o sigilo do voto. Caso o eleitor se negue a entregar, ele será proibido de votar.
A presidência da mesa receptora também será autorizada a acionar a força policial para “adoção de providências necessárias”. O tribunal afirmou que o objetivo é “garantir o sigilo do voto previsto na Constituição Federal, além de evitar eventuais coações aos próprios eleitores”.
A medida corrobora a proibição legislativa de portar esses tipos de aparelhos na cabine de votação.
Proteção ao voto
De acordo com o ex-ministro do TSE, Henrique Neves, a decisão do Tribunal serve para proteger o voto.
“A justiça eleitoral estabeleceu o que a lei diz: que é proibido portar o celular. Não me parece que seja nenhuma grande dificuldade, isso não é para atrapalhar, é para proteger o eleitor. Normalmente, quando você tem suspeitas de indícios de compra de votos, muitos dos que estão comprando dizem que darão dinheiro ao indivíduo em troca de uma foto da tela para comprovar o voto”.
Neves lembra que não foi o TSE que “criou” a proibição dos celulares nas cabines de votação, mas que a medida já havia sido estabelecida pelo Congresso Nacional em 2009.
“Na realidade essa medida não foi estipulada pelo TSE, foi estipulada pelo Congresso Nacional em 2009. Não é uma coisa que o tribunal criou, é uma legislação que existe desde 2009. O tribunal pode interpretar todas as normas e regulamentar. A justiça eleitoral tem uma função administrativa”, disse.
Pesquisas
Ainda no Rio Grande do Sul, Bolsonaro disse não acreditar em pesquisas eleitorais, que mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na dianteira das intenções de voto. E ironizou dizendo que, se o levantamento mostrou segundo turno, é porque ele, Bolsonaro, deverá vencer em primeiro turno.
A pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra que Lula caiu de 47% para 45%, enquanto Bolsonaro manteve os 32%.