Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2018
O candidato a presidente da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, defende a redução do número de deputados federais dos atuais 513 para 400, segundo afirmou em entrevista concedida à TV Bandeirantes e veiculada na terça-feira. “Você baixar 20%, de 513 para 400, é um bom número”, afirmou.
Bolsonaro também defendeu o fim da reeleição: “Eu botaria na balança o fim do instituto da reeleição”. Questionado sobre a ampliação do mandato presidencial dos atuais quatro para cinco anos, ele afirmou ser uma ideia “bem-vinda”: “Você pode estudar, mas não começaria comigo. Não posso fazer nenhuma proposta em que eu seria beneficiado”.
Bolsonaro afirmou que vai estudar a privatização das empresas públicas caso a caso. “Aquelas que são onerosas, aquelas que encontram similares na iniciativa privada, essas daí você vai privatizar ou até mesmo extinguir. As outras você tem que analisar o modelo. Tem uma pequena parte que seria estratégica”, afirmou. “Faremos o melhor para o Brasil sem prejuízo aos funcionários e aos acionistas”, garantiu. Bolsonaro afirmou que os Correios “podem entrar nesse radar da privatização”.
Ele defendeu a necessidade de uma reforma da Previdência, mas “não a do (atual presidente Michel) Temer”.
O candidato do PSL reiterou críticas ao PT e afirmou que está tomando cuidados para evitar novos atentados, como aquele de que foi vítima em setembro. “Tenho que (me) preservar, tomar cuidado para não sofrer um novo atentado, que existe a possibilidade sim”, afirmou.
Bolsonaro acena com reeleição de Maia
O candidato do PSL e favorito para vencer a corrida presidencial, Jair Bolsonaro, tem indicado que poderia respaldar a reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para o comando da Câmara em fevereiro de 2019 de olho na governabilidade e em garantir a aprovação de sua agenda de reformas e propostas, disse uma fonte da campanha à Reuters.
A sinalização que o presidenciável não veta um acerto com Maia contraria o interesse de parte dos 52 deputados federais eleitos pelo PSL no embalo da onda Bolsonaro de escolher um nome da bancada para presidir a Câmara.
“Rodrigo Maia ainda está no páreo e está muito bem situado para ser o próximo presidente”, disse a fonte, que pediu para não ser identificada.
“Do ponto de vista da agenda que o Bolsonaro precisa aprovar no Legislativo, o melhor é que a coisa saia o mais negociada e pacífica possível, mas a gente precisa compreender que esses novatos vem falando grosso”, argumentou a fonte, em referência a deputados eleitos pelo PSL de primeiro mandato que têm defendido uma presença de destaque do partido na Câmara.
O primeiro a defender candidatura própria do PSL foi o presidente licenciado da legenda, o deputado federal eleito Luciano Bivar (PE), em entrevista à Reuters logo após o primeiro turno. O deputado reeleito Delegado Waldir (PSL-GO) também defendeu à Reuters candidatura própria do partido ao comando da Câmara e colocou restrições a Rodrigo Maia, dizendo que Bolsonaro poderia ficar “refém” do atual presidente da Câmara.
“Com certeza. Você não pode esquecer que o pai dele foi derrotado pelo filho do Bolsonaro e por um aliado do Bolsonaro ao Senado no Rio de Janeiro”, lembrou. Cesar Maia (DEM) ficou em terceiro lugar, atrás de Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD).
Contudo, Bolsonaro e apoiadores próximos têm dado sinais de que podem compor com outros partidos. Na quinta-feira da semana, em entrevista a uma rádio, o presidenciável deixou em aberto a possibilidade de apoiar Maia.
“Nada de concreto apoiar Rodrigo Maia, nunca conversei com ele assunto nenhum. Digo mais: um presidente eleito não pode interferir nas eleições da Câmara e do Senado.”