Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 20 de setembro de 2018
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, negou que pretenda, se eleito, recriar a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Em postagem nas redes sociais na noite de quarta-feira (19), o presidenciável disse que “querem criar pânico porque estão em pânico com nossa chance de vitória”.
A afirmação veio após a imprensa informar que o orientador econômico da campanha de Bolsonaro, Paulo Guedes, disse que pretende recriar um imposto nos moldes da CPMF. Também na quarta-feira, Bolsonaro publicou nas redes sociais que o lema de sua campanha é “chega de impostos”. “Nossa equipe econômica trabalha para redução de carga tributária, desburocratização e desregulamentações”, afirmou.
Bolsonaro está internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde 7 de setembro, um dia após sofrer uma facada no abdômen durante um ato de campanha e passar por cirurgia em Juiz de Fora (MG). Na semana passada, ele precisou passar por uma nova cirurgia para desobstruir o intestino.
Paulo Guedes
O economista Paulo Guedes, que comandará o Ministério da Fazenda caso Bolsonaro seja eleito, anunciou na terça-feira (18), para uma plateia restrita, o pacote tributário que pretende implementar no governo. Guedes quer recriar um imposto nos moldes da CPMF, que incide sobre a movimentação financeira, pretende criar uma alíquota única do Imposto de Renda de 20% para pessoas físicas e jurídicas — e aplicar a mesma taxa na tributação da distribuição de lucros e dividendos.
Por outro lado, estuda eliminar a contribuição patronal para a Previdência, que incide sobre a folha de salário — que tem a mesma alíquota, de 20%. As revelações foram feitas a um grupo reunido pela GPS Investimentos, especialista em gestão de grandes fortunas. O publicitário Roberto Justus era um dos convidados.
Guedes afirmou que está sendo auxiliado pelo economista Marcos Cintra. Foi ele que o convenceu, por exemplo, a criar um imposto nos moldes da CPMF. Cintra confirma o teor das propostas e diz estar finalizando o projeto de reforma tributária. O novo imposto sobre movimentações financeiras se chamaria CP (Contribuição Previdenciária) e seria destinado a financiar o INSS.
Segundo ele, a equipe defende o modelo de capitalização para a Previdência. O atual, no entanto, seguiria existindo paralelamente. Para garantir a sua solvência, seria criada a contribuição.
Na conversa na GPS, Guedes contou que Dilma Rousseff o convidou para ser ministro da Fazenda em 2015. Ele não aceitou.
Guedes afirmou ainda que sempre foi bem tratado pela imprensa. Mas foi só anunciar apoio a Bolsonaro que as coisas mudaram. Disse que recebeu telefonema até de João Roberto Marinho, do Grupo Globo, com ressalvas à sua opção.
O telefonema, segundo interlocutores de Marinho, nunca existiu — nem, muito menos, qualquer crítica.