Quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2019
O presidente Jair Bolsonaro voltou a falar das queimadas na Amazônia e afirmou no Twitter, neste sábado (24), que “dói na alma ver brasileiros não enxergando a campanha fabricada contra a nossa soberania na região”. Na mesma postagem, há um vídeo com trecho de uma entrevista do General Eduardo Villas Boas, concedida ao jornalista Pedro Bial em setembro de 2017.
Villas Boas conta de uma operação da época em que comandava a Amazônia e foi avisado por um comandante de batalhão que o rei da Noruega estava em uma aldeia indígena. “Há um déficit de soberania”, disse o General na entrevista, ressaltando que a Amazônia tem 84% da floresta preservada, enquanto na Europa, somente 0,3%. “Nenhum país europeu tem autoridade para nos ensinar em como tratar do meio ambiente”, disse ele na entrevista.
Críticas
Na sexta-feira (23), o presidente também usou o Twitter para lamentar que a França tenha afirmado que o presidente do Brasil mentiu ao afirmar seus compromissos com o meio ambiente durante o encontro do G20 ocorrido em junho. Bolsonaro também disse que Macron divulgou uma de uma antiga queimada na Amazônia com o objetivo de “potencializar o ódio contra o Brasil por mera vaidade”.
Já o presidente da França, Emmanuel Macron, usou suas redes sociais para afirmar que o G7 (grupo de países ricos, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) trabalhará para mobilizar os sete países que integram o grupo na luta contra o incêndio na Amazônia e para investir no reflorestamento.
Em mensagem transmitida pela televisão e divulgadas poucas horas antes do início oficial da cúpula em Biarritz, Macron ressaltou que a Amazônia é um “bem comum” e insistiu para que a floresta tropical esteja no topo da agenda da reunião.
“Vamos fazer não só um apelo, mas uma mobilização de todas as potências que estão aqui, em associação com os países da Amazônia, para investir em primeiro lugar para lutar contra esses incêndios em andamento”, disse, além de destacar que a França também é um dos países amazônicos por meio do território da Guiana Francesa.
Maia
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado, em Vitória (ES), que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) mudou o discurso que vinha fazendo sobre a crise ambiental no país ao afirmar tolerância zero às queimadas na Amazônia.
Ele disse que o discurso “radical” do presidente pode ter passado a ideia de apoio ao desmatamento, mas afirmou não crer que o governo dê “qualquer incentivo a esses criminosos”.
“O que o Presidente da República diz é muito forte, tem peso. O que eu digo talvez não tenha a mesma força. Então, por isso, temos que compreender que muitas vezes o que falamos tem um impacto muito maior do que a gente imagina”, afirmou Maia.