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Por Redação O Sul | 21 de maio de 2019
O presidente Jair Bolsonaro decidiu não participar dos atos convocados por seus apoiadores para o próximo domingo (26). A informação foi confirmada pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, nesta terça-feira (21). Segundo ele, o motivo da ausência é que trata-se de “uma manifestação livre e espontânea”, razão pela qual o presidente “não quer associá-la ao governo”.
Os atos começaram a ser organizados nas redes sociais em apoio ao presidente na semana passada, após a série de protestos contra o bloqueio de recursos na educação pelo governo federal, e têm como alvos os partidos do Centrão e o STF (Supremo Tribunal Federal).
As manifestações foram endossadas por parlamentares do PSL, partido de Bolsonaro, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP), e rejeitadas por outros, como o deputado federal Luciano Bivar (PE), presidente nacional da sigla, e a deputada estadual Janaína Paschoal (SP).
Ainda não foi divulgado pela Presidência onde Bolsonaro estará no domingo. A previsão é de que, na noite de sábado (24), ele compareça ao casamento de Eduardo, no Rio.
Fofoca
Após uma série de rusgas com o Congresso, Bolsonaro afirmou na segunda-feira (20) que não há uma crise institucional no País. Ele disse estar aberto ao diálogo com os parlamentares, mas passou recados aos líderes do Centrão.
O tom do discurso feito por Bolsonaro em um evento na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) foi o mesmo do texto distribuído pelo presidente a contatos no WhatsApp na sexta-feira (17). “Não há briga entre os Poderes. O que existe é fofoca”, afirmou.
Após líderes do Centrão acenarem com a possibilidade de votarem na Câmara uma proposta alternativa para a reforma da Presidência, Bolsonaro mandou um recado. “Nesse movimento [manifestações] espontâneo previsto para o dia 26, eles querem agilidade”, disse. “Se a Câmara e o Senado têm propostas melhores que a nossa, que coloquem em votação”, completou.
Na sexta-feira, Bolsonaro distribuiu para contatos no WhatsApp um texto, de autoria de um funcionário público filiado ao Novo, em que o País era descrito como “ingovernável” sem que o presidente faça “conchavos”. A mensagem causou desconforto entre líderes no Congresso.
O presidente também abriu uma crise com o Ministério Público, que obteve na Justiça a quebra de sigilos de 86 pessoas e nove empresas nas investigações do caso Queiroz. Entre os alvos, está o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente. Na última quinta-feira, durante visita aos Estados Unidos, Bolsonaro atacou os investigadores. Para ele, a apuração contra Flávio é uma forma de atingir o governo.
“Façam justiça! Querem me atingir? Venham pra cima de mim! Querem quebrar meu sigilo, eu sei que tem que ter um fato, mas eu abro o meu sigilo. Não vão me pegar”, disse.
O presidente fez um afago no ministro Santos Cruz, da Secretaria de Governo, alvo de uma onda de ataques da ala ideológica do Executivo – ligada ao escritor Olavo de Carvalho – nas últimas semanas. Bolsonaro afirmou que Santos Cruz tem “uma função difícil que está sob sua responsabilidade em Brasília”.