Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2021
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (27) que espera que não haja “interferência” do Judiciário na vacinação de crianças contra a covid-19 e que sua filha mais nova, Laura, de 11 anos, não será imunizada.
“Espero que não haja interferência do Judiciário. Espero. Porque minha filha não vai se vacinar. Deixar bem claro. Tem 11 anos de idade”, disse Bolsonaro, pouco após chegar a São Francisco do Sul (SC), onde passará uma semana de folga.
Bolsonaro afirmou que ainda há “muita dúvida” no mundo inteiro sobre o tema, apesar de diversos países já imunizarem essa faixa etária.
“A questão da vacina para criança é muito incipiente ainda. Temos muito…Nós, não. O mundo ainda tem muita dúvida.”
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou a aplicação da vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos, mas o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, resistem em iniciar a imunização desse público, com o argumento de que não há urgência.
O governo federal está realizando uma consulta pública sobre a questão e anunciará uma decisão no dia 5 de janeiro. O mesmo procedimento não foi utilizado na liberação de vacinas para outras faixas etárias.
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo federal deve apresentar esclarecimentos sobre a inclusão ou não de crianças no plano de vacinação até o dia 5 de janeiro. O prazo inicial terminaria na semana passada, mas foi prorrogado atendendo a um pedido do governo.
Em outra decisão, Lewandowski deu cinco dias para que o Ministério da Saúde explique por que quer exigir dos pais e responsáveis legais a apresentação de prescrição médica para permitir a vacinação.
Apesar da posição de Bolsonaro, a responsável pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid), Rosana Leite de Melo, afirmou ao STF que a versão infantil da vacina não teve “nenhuma preocupação séria de segurança” identificada nos testes clínicos.
Em nota técnica enviada à Corte, a secretária ressaltou que as vacinas estão “sendo monitoradas quanto à segurança com o programa de monitoramento de segurança mais abrangente e intenso da história do Brasil” e que a análise técnica da Anvisa é feita de “forma rigorosa e com toda a cautela necessária”.
Países como Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, França, Estados Unidos e Israel já aplicam vacinas nessa faixa etária.