Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de dezembro de 2020
Em mais uma defesa pela liberação geral de armas, o presidente Jair Bolsonaro disse, no sábado (19), que o acesso ao armamento ainda é limitado no Brasil e que fará de tudo para ampliar as autorizações para que a população se arme.
“O comércio de armas no Brasil ainda está restrito. Essas armas de maior potência que o pessoal tem vêm de fora, vem de há muito. Agora… os caras querem sempre relacionar o armamento com o número de violência”, disse o presidente, durante entrevista que concedeu ao próprio filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que usou a camiseta de um clube de tiros de Criciúma (SC), durante a conversa gravada.
Todos os estudos já realizados mostram que o aumento da violência e das mortes por armas de fogo estão diretamente atrelados ao acesso às armas.
Bolsonaro lembrou que boa parte das mudanças possíveis sobre o assunto precisam passar pelo Congresso Nacional, mas declarou que não medirá esforços para que haja maior liberação. “No que depender de mim… depende do parlamento, muita coisa… a arma vai ser bastante democratizada no Brasil.”
Eduardo Bolsonaro perguntou ao pai sobre o que policiais, atiradores, caçadores e colecionadores podem esperar sobre o assunto para o próximo ano. “No que depender de mim, o máximo de liberação”, respondeu o pai.
O presidente repetiu a frase que ficou conhecida após o vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril vir a público. Na ocasião, Bolsonaro afirmou que queria a população armada para “impedir uma ditadura no País”, e exigiu que o ministro da Defesa, Fernando de Azevedo e Silva, e o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, tomassem providências. “Eu quero todo mundo armado! Que o povo armado jamais será escravizado.”
Na última semana, Bolsonaro reclamou da recente decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que suspendeu a alíquota zero para importação de revólveres e pistolas. Em evento em Porto Seguro (BA), o presidente afirmou que o STF não poderia revogar a isenção por não “gostar de arma”.
A flexibilização de regras que facilitem a posse e o porte de armas no País é uma das bandeiras de campanha do presidente Jair Bolsonaro. Lobistas e empresários de armas e munições têm presença assídua nos gabinetes do governo de Bolsonaro – de janeiro a abril deste ano foram ao menos 73 audiências e reuniões com representantes do setor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.