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Política Bolsonaro diz que outras operações da Polícia Federal virão, mas não comenta ação contra fake news

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"Medidas legais estão em andamento, para que tais crimes, não passem impunes", escreveu o presidente.(Foto: Marcos Corrêa/PR)

Sem comentar a operação da Polícia Federal (PF) desta quarta-feira (27) que atingiu aliados próximos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que mais operações ocorrerão enquanto ele for presidente.

“Vai ter mais. Enquanto eu for presidente, vai ter mais. Não é informação privilegiada, não. Vão falar que é informação privilegiada”, disse Bolsonaro a apoiadores ao sair do Palácio da Alvorada.

O comentário foi feito depois de um apoiador elogiar a ação da PF na operação que envolveu o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, por suposto envolvimento em superfaturamento de compras para o combate à epidemia do novo coronavírus.

No dia anterior, Bolsonaro já havia parabenizado a PF pela operação. O governador é hoje um dos principais rivais políticos do presidente e o responsabilizou pela ação que envolveu a ele e sua mulher.

Bolsonaro não comentou a operação deflagrada nesta quarta, dentro do inquérito contra fake news coordenado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Entre os alvos, aliados e defensores muito próximos do presidente, como o blogueiro Allan dos Santos e o empresário Luciano Hang (dono das lojas Havan), a ativista Sara Winter (criadora do grupo de inspiração paramilitar 300 pelo Brasil), além do neoaliado Roberto Jefferson, presidente do PTB.

Em sua decisão que autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito das fake news, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontou indícios de que um grupo de empresários atua de maneira velada financiando recursos para a disseminação de fake news e conteúdo de ódio contra integrantes do STF e outras instituições. O ministro também definiu como “associação criminosa” o grupo conhecido como “gabinete do ódio”, como é chamado um núcleo de assessores que tem forte influência sobre o presidente Jair Bolsonaro e suas redes sociais.

“As provas colhidas e os laudos periciais apresentados nestes autos apontam para a real possibilidade de existência de uma associação criminosa, denominada nos depoimentos dos parlamentares como ‘Gabinete do Ódio’, dedicada a disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”, escreveu Moraes.

O inquérito das fake news foi instaurado por determinação do presidente do STF, ministro Dias Toffoli, para apurar ameaças, ofensas e notícias falsas disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares. O processo é acompanhado com apreensão pelo presidente Jair Bolsonaro, que teme que as provas colhidas cheguem ao Palácio do Planalto.

Em março, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que as investigações já haviam identificado empresários bolsonaristas que estariam financiando ataques contra ministros da Corte nas redes sociais. A apuração ganhou um novo fôlego depois de o STF abrir um novo inquérito, para investigar atos antidemocráticos realizados no mês passado – em Brasília, Bolsonaro participou de um deles, diante do quartel general do Exército.

A decisão do ministro também destaca os depoimentos prestados pelos deputados federais Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP), que contaram detalhes sobre o funcionamento do “Gabinete do Ódio”.

“Como se vê de tudo até então apresentado, recaem sobre os indivíduos aqui identificados sérias suspeitas de que integrariam esse complexo esquema de disseminação de notícias falsas por intermédio de publicações em redes sociais, atingindo um público diário de milhões de pessoas, expondo a perigo de lesão, com suas notícias ofensivas e fraudulentas, a independência dos poderes e o Estado de Direito”, observou Alexandre de Moraes.

Em depoimento ao STF, Joice disse que a cúpula da organização sabe trabalhar com “a construção de narrativas, bem como os canais mais eficazes para sua rápida divulgação, contando para isso com o chamado ‘efeito manada’ que atinge pequenos grupos e até indivíduos isolados, amplificando em nível nacional as mensagens ofensivas, calúnias e notícias falsas e de ódio contra inúmeras autoridades ou quaisquer pessoas que representem algum incômodo”.

Alexandre Frota, por sua vez, destacou a existência de uma “vasta organização com a disseminação quase que simultânea, em diversos perfis do Twitter, de estados muito distantes, e com textos idênticos”.

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