Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2019
A entrevista do presidente Jair Bolsonaro (PSL) à revista Veja não foi bem recebida por integrantes do seu partido, o PSL. Líder da legenda na Câmara, o Delegado Waldir (PSL-GO) chamou de “inadequada” a declaração de que o partido foi “pegando qualquer um” para ser candidatos nas eleições de 2018.
“Não acredito que ‘qualquer um’ teria voto. E ele precisa lembrar que os parlamentares já dependeram dele, mas isso passou. Quem depende do PSL agora é o governo, que não tem do que reclamar. É a sigla mais fiel, mais do que o DEM, que tem três ministérios”, ressaltou o deputado.
De acordo com a publicação, ele não foi o único a se ofender com o trecho da entrevista. Segunda maior bancada na Câmara, o PSL possui 54 deputados federais atualmente. Na última legislatura, eram oito representantes, sendo que apenas um deles tinha sido eleito pelo próprio partido em 2014.
Confusão
Uma enorme confusão se formou na semana passada durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, que tratava sobre o contingenciamento do orçamento imposto pelo governo federal à Educação superior e básica. Em um vídeo gravado no momento da balbúrdia, é possível ver o deputado goiano Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara, visivelmente alterado. Aos gritos, o parlamentar chama os estudantes presentes de “maconheiros” e manda “ir trabalhar” o professor que filmava todo o ocorrido.
A audiência pública, foi encerrada em meio a um verdadeiro pandemônio. Isso porque, conforme havia sido combinado no início da audiência, representantes da UNE (União Nacional dos Estudantes) e da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas teriam direito à palavra antes do encerramento. Entretanto, parlamentares da base governista não aceitaram. O deputado Delegado Waldir foi um deles.
No vídeo obtido pela nossa reportagem, é possível ver o deputado gritando “maconheiros!” – se referindo aos estudantes presentes que teriam a palavra. Num dado momento, o dono da filmagem grita para o parlamentar: “Vou mostrar lá em Goiás como o senhor trata os estudantes!”. O deputado, então, parece se irritar mais, e grita em resposta: “Pode mostrar! Petista! Vai trabalhar!”, ao que o homem responde “Não sou petista, deputado! Me respeite, sou professor universitário!”.
O deputado Delegado Waldir explicou sua exasperação. Segundo ele, a audiência pública acontecia desde a manhã, e todos – incluindo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que estava presente – estavam cansados e não tinham almoçado, e que não seria correto os representantes das entidades estudantis terem a palavra, uma vez que alguns deputados também não tinham se manifestado. “Tinha mais 50 deputados para falar, e a quatro minutos de encerrar a audiência, a presidente da mesa, que é do PCdoB, disse que iria dar a palavra para o pessoal da UNE!”, contou.