Sexta-feira, 07 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de março de 2019
O presidente Jair Bolsonaro participará de um jantar VIP para grandes empresários em Washington (EUA) na segunda-feira (18). Entre os convidados do encontro, promovido pela US Chamber of Commerce, estão a presidente da Boeing América Latina, Donna Hrinak, o presidente da Embraer nos EUA, Gary Spulak, e o CEO da gigante do alumínio Alcoa, Roy Harvey.
A maioria dos convidados integra o Conselho Empresarial Brasil-EUA e a US Chamber of Commerce. Para isso, pagam uma taxa anual de US$ 15 mil a US$ 25 mil (cerca de R$ 57 mil a R$ 95 mil), sendo que apenas os denominados “premium”, que pagam o valor maior, têm acesso aos eventos mais exclusivos.
Também participarão do jantar com Bolsonaro personalidades influentes nas relações entre Brasil e Estados Unidos, como o ex-embaixador no Brasil Anthony Harrington, presidente do conselho do Albright Stonebridge Group – consultoria da ex-secretária de Estado Madeleine Albright –, e Mack McLarty, diretor do conselho da consultoria McLarty Associates e ex-chefe de gabinete no governo de Bill Clinton.
Estarão presentes ainda representantes de setores e empresas com grandes interesses no Brasil, como Chris Padilla, vice-presidente da IBM, Joel Velasco, vice-presidente sênior da UnitedHealth Group, Leonardo Moreno, presidente da empresa de energia AES, e Jane Fraser, presidente do Citigroup para a América Latina e da seccional Brasileira do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos. Antes do jantar, haverá um evento empresarial na parte da tarde chamado “Dia do Brasil em Washington”, com a participação do secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross.
Ross é responsável pela investigação que resultou em cotas contra o aço do Brasil e outros países. Ele também supervisionou outra investigação, cujo resultado será divulgado em breve e que deve resultar em tarifas sobre a exportação de autopeças do Brasil e de outros países.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, falará sobre “o futuro da economia brasileira”. A portas fechadas, Guedes também vai se reunir com empresários para ”vender” a reforma da Previdência brasileira e os pacotes de modernização.
Apesar dos esforços do ministro da Economia, inclusive para estabelecer um acordo de livre-comércio entre Brasil e EUA, empresários e investidores estão céticos quanto a resultados concretos na área comercial.
Guedes vai trabalhar para que haja um aceno à abertura das negociações para o livre comércio, o que deve acontecer, mas nenhuma ação mais objetiva é esperada entre os que acompanham a preparação da visita. A prioridade do governo brasileiro será a busca de investimentos.
O ministro da Economia tentará passar a mensagem de um país reformista, com credenciais para entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – o Brasil quer o apoio dos EUA para entrar no órgão, mas avalia que somente uma declaração direta de Trump deslancharia o processo.
Bolsonaro também terá uma audiência com o ex-secretário do Tesouro Henry Paulson, próximo a Guedes. O chanceler Ernesto Araújo participará de uma mesa intitulada “A era de Trump e Bolsonaro: um novo começo para as relações Brasil-Estados Unidos”.