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Política Bolsonaro manda a Polícia Federal investigar servidor que diz o ter alertado sobre problemas com a Covaxin

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O servidor Luis Ricardo Miranda em encontro com Jair Bolsonaro, em 20 de março de 2021. (Foto: Acervo pessoal)

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quarta-feira (23) que o governo pedirá para a Polícia Federal (PF) e para a Controladoria-Geral da União (CGU) investigarem o servidor do Ministério da Saúde que denunciou supostas irregularidades envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin.

Servidor concursado do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Fernandes Miranda afirmou ao jornal O Globo ter se encontrado pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro no dia 20 de março para denunciar as suspeitas.

Em pronunciamento no Palácio do Planalto, Onyx afirmou que Bolsonaro determinou a abertura de um inquérito para investigar “as atividades” do servidor, além de declarações do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), seu irmão.

“O senhor presidente da República determinou ao ministro-chefe da Casa Civil que a Polícia Federal abra uma investigação sobre as declarações do deputado Luis Miranda, sobre as atividades do seu irmão, servidor público do Ministério da Saúde, e sobre todas essas circunstâncias expostas no dia de hoje.”

Onyx também disse que o governo pedirá à CGU a realização de um procedimento administrativo disciplinar (PAD) para investigar o servidor: “Iremos solicitar um procedimento administrativo disciplinar junto à CGU, um PAD, para investigar a conduta do servidor, já que o documento, que vou apresentar a seguir, existem indícios de adulteração do documento. Vamos solicitar uma perícia do documento à Polícia Federal”.

Além disso, o ministro disse que será feito um pedido para que o servidor e seu irmão sejam investigados por denunciação caluniosa e fraude processual, e que o servidor seja investigado por prevaricação.

“Nós também vamos nesse PAD e junto à Procuradoria-Geral da República pedir a abertura de investigação do deputado Luis Miranda e do servidor Luis Ricardo Miranda baseado no artigo 339 do Código Penal, denunciação caluniosa, do artigo 347, fraude processual. Além disso, será investigado o servidor por prevaricação.”

Apesar do governo ter divulgado que seria uma entrevista coletiva, não foram permitidas perguntas dos jornalistas presentes. Além de Onyx, também participou Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello e atual assessor especial da Casa Civil.

Documento questionado

No pronunciamento, Onyx e Elcio questionaram um documento apresentado por Miranda que comprovaria um pagamento fora do contrato, e disseram que há indícios de adulteração.

Caso esse recibo tivesse sido assinado, segundo Luis Ricardo, a empresa poderia cobrar um pagamento adiantado, o que a área técnica considerava indevido. O recibo previa ainda só 300 mil doses, menos que as 4 milhões previstas para o primeiro embarque no contrato.

Elcio Franco afirmou que houve um erro, posteriormente corrigido, sobre o pagamento antecipado, mas disse que a previsão sempre foi de 3 milhões de doses.

“Ele (documento) foi recebido pelo Ministério da Saúde em 18 de março. Ele previa o pagamento antecipado, mas já previa 3 milhões de doses, diferente do que andou circulando pelos veículos de mídia como fake news. E nós temos a retificação desse documento, que foi recebida pelo ministério (em) 23 de março, também prevendo 3 milhões de doses, mas aí prevendo pagamento conforme previsto em contrato.”

O servidor relatou também uma “pressão anormal” no processo para agilizar o envio da documentação à Anvisa, mesmo estando incompleta, e pedir a importação da vacina Covaxin. A agência reguladora negou o pedido, já que a farmacêutica indiana não tinha cumprido os requisitos necessários para conseguir a emissão de um certificado de boas práticas.

O ex-secretário-executivo do ministério disse que a “exigência de celeridade” existia para todas as vacinas: “Quanto à alegação de exigências de celeridade por todos os servidores nos processos de vacinas, acelerando a tramitação burocrática, inclusive nos finais de semana, essa era a diretriz de trabalho e a rotina do Ministério da Saúde para viabilizar vacinas para a população brasileira com maior brevidade”.

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