Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2019
O presidente Jair Bolsonaro decidiu colocar um militar da reserva no comando da EBC (Empresa Brasil de Comunicação). O general de divisão Luiz Carlos Pereira Gomes assume o lugar do administrador de empresas Alexandre Henrique Graziani Junior.
Pereira Gomes chega ao cargo com o aval do ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. O general era vice-chefe do Departamento-Geral do Pessoal e foi para a reserva no dia 31 de julho.
Antes de ir para a reserva, o agora presidente da EBC também esteve à frente do Comando Militar do Planalto, responsável pelos estados de Goiás e do Tocantins, a região do Triângulo Mineiro e o Distrito Federal, além do Batalhão da Guarda Presidencial.
Graziani deixa a direção da empresa seis meses depois de ter assumido o cargo. Ele voltará para o seu posto anterior, de diretor de Operações, Engenharia e Tecnologia da EBC. Logo que assumiu a presidência da EBC, em fevereiro, Graziani escalou militares para postos estratégicos.
Na diretoria, por exemplo, composta por seis integrantes, há dois militares, ambos graduados na Academia Militar de Agulhas Negras, no Rio de Janeiro, a mesma em que se formou Bolsonaro, que é capitão reformado.
“Excesso jornalístico”
Bolsonaro afirmou na sexta-feira (09) que jornalistas estariam presos se “excesso jornalístico desse cadeia”. “Se o excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos agora, tá certo?”, disse Bolsonaro a repórteres ao deixar o Palácio da Alvorada ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
A fala do presidente foi acompanhada de aplausos de apoiadores, que o aguardavam na porta da residência oficial da Presidência. Ele não detalhou a que se referia ao falar em “excesso jornalístico”, mas são constantes em suas falas afirmações em tom crítico ao trabalho da imprensa.
A declaração foi dada pelo presidente depois de Moro explicar em que consistia o projeto de excludente de ilicitude apresentado por ele ao Congresso Nacional. A proposta faz parte do pacote anticrime, considerado prioridade do Ministério da Justiça. O texto enfrenta resistência dos parlamentares.
Moro estava explicando aos repórteres que o texto tem como objetivo retirar “excessos” de punições em alguns crimes. Ele citou como exemplo o caso da modelo Ana Hickmann, apresentadora da TV Record que foi atacada por um homem que se dizia seu fã em um hotel em Belo Horizonte (MG), em 2016. O responsável pelos ataques acabou morto, depois de efetuar disparos, por reação do cunhado da apresentadora. Ele se referia ao fato de o cunhado ter de responder a um processo por ter matado o responsável pelo ataque.
“A proposta [de excludente de ilicitude] que existe no projeto é bastante específica. Esse caso que foi mencionado pelo presidente envolvendo aquela famosa atriz, modelo, é um caso característico. Aquela pessoa não pode ser tratada como assassina, defendeu a família. As pessoas não são máquinas, eventualmente podem ali cometer algum excesso. Não tem nenhuma extravagância nisso”, disse Moro.