Domingo, 05 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2019
O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta sexta-feira (09) ter recebido “com muita naturalidade” as declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se referiu ao chefe do Executivo como “o produto dos nossos erros”, durante um evento em São Paulo. Para Bolsonaro, a fala não foi uma crítica pessoal. O militar ainda colocou em xeque se Maia realmente falou isso.
O deputado federal também afirmou, em outro discurso na quinta-feira (08), que o radicalismo das falas do presidente da República atrapalha a tramitação de projetos no Congresso Nacional.
“Olha só, vi com muita naturalidade. No meu entender, não foi uma crítica pessoal para mim. Eu acho que o Rodrigo Maia… Parabéns, se é que ele falou isso mesmo… Porque olha só, mudou realmente de esquerda para centro-direita ou direita o governo”, declarou Bolsonaro em entrevista coletiva na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília.
“Então, o erro eu acho que não é dele [Maia], né? É da esquerda que estava no poder”, acrescentou o presidente. Questionado sobre Maia ter dito que o governo não tem uma base no Legislativo, Bolsonaro afirmou que ninguém esperava que a reforma da Previdência tivesse “essa votação toda” na Câmara.
“O Parlamento, a Câmara, quem conduz é o Rodrigo Maia. Eu tenho certeza que outras propostas, como a reforma tributária, é de interesse dele e da grande maioria dos parlamentares. Nós estamos mostrando que a base do governo são as ideias que nós todos temos. O próprio Rodrigo Maia deve botar em pauta a votação do porte em toda a área rural”, disse o chefe do Executivo.
Imprensa
Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que jornalistas estariam presos se “excesso jornalístico desse cadeia”. “Se o excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos agora, tá certo?”, disse Bolsonaro a repórteres ao deixar o Palácio da Alvorada ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro.
A fala do presidente foi acompanhada de aplausos de apoiadores, que o aguardavam na porta da residência oficial da Presidência. Ele não detalhou a que se referia ao falar em “excesso jornalístico”, mas são constantes em suas falas afirmações em tom crítico ao trabalho da imprensa.
A declaração foi dada pelo presidente depois de Moro explicar em que consistia o projeto de excludente de ilicitude apresentado por ele ao Congresso Nacional. A proposta faz parte do pacote anticrime, considerado prioridade do Ministério da Justiça. O texto enfrenta resistência dos parlamentares.