Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de abril de 2018
Em campanha pelo País como pré-candidato a presidente da República, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) quer transformar normas rígidas das escolas militares em modelo para o sistema escolar nacional. Aplaudido nos colégios comandados pela polícia nas várias regiões do País que tem visitado, o político diz que o formato é “um exemplo de ensino que deveria ser adotado em todas as escolas públicas do Brasil”.
Em uma das vezes recentes que fez a defesa da mudança nas escolas, Bolsonaro exibiu vídeo de uma formatura de alunos do 3º Colégio Militar da PM do Amazonas, no qual os alunos o colocam como “mito” e “salvador da nação”. O colégio traz como metas disciplina, honra e educação. Bolsonaro também disse que quer um general à frente do Ministério da Educação e Cultura, para que “represente autoridade, amor à pátria e respeito à família”.
Entre as regras praticadas por escolas militares estão a do uso de uniforme e a proibição de “contato físico que denote envolvimento de cunho amoroso”. Também é proibido dobrar shorts ou usar mechas nos cabelos.
Distribuição de renda
“Nós temos de levar esse método pra outras escolas. Fiquem tranquilos que não dá pra colocar militares em todas as escolas, não tem militar pra tanta coisa”, completou.
“A maior distribuição de renda que se pode fazer é por meio do conhecimento. Você pega as escolas militarizadas, de Goiás e Amazonas. Percentualmente falando, são as que mais aprovam nas universidades. Tem disciplina. Temos de levar esse método pra outras escolas”, disse
“Distribuição de renda não é tirar de quem tem pra dar pra quem não tem. Porque daqui a pouco quem tinha não tem mais nada pra dar, e quem teria pra receber não tem de quem receber. Isso se chama socialismo”, afirmou Bolsonaro.
O presidenciável disse que a taxação de grandes fortunas é um erro. “Não podemos olhar pra um cara que tem uma grande fazenda, uma propriedade, uma empresa e sobretaxar, querer arrancar o couro dele pra dar pra pobre. [Pra] pobre, tem de dar conhecimento.”
“Não quero acabar com Bolsa Família, mas tenho certeza de que metade deixará de existir porque ou é fraude ou tem como inserir no mercado de trabalho. Essa é a minha política de distribuição de renda”, concluiu.
Bolsonaro foi a Roraima para lançar candidaturas de correligionários para disputar o governo e o Senado. A visita foi encerrada à noite, com um comício no CTG (Centro de Tradições Gaúchas) da cidade, que reuniu várias centenas de simpatizantes.
Preferidos
A instituição financeira XP Investimentos publicou, nesta sexta-feira (13), uma sondagem sobre as eleições para presidente deste ano. E os resultados mostram que, com a prisão do ex-presidente Lula, investidores não levam mais em conta um cenário com candidatos de esquerda.
Dos 188 investidores entrevistados, entre os dias 9 e 11 de abril, 48% afirmaram que o vencedor das eleições seria o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB-SP). Logo atrás, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) aparece como o favorito dos investidores, com 19% dos votos.
Mesmo conhecido por sua incoerência em temas econômicos, Bolsonaro não desagrada tanto aos investidores. Segundo a sondagem, em um cenário em que ele fosse eleito presidente, somente 43% acham que o índice Ibovespa cairia. Em novembro, a queda era a resposta de 73%.
Além disso, a sondagem mostrou que cenários em que Joaquim Barbosa, Fernando Haddad e Ciro Gomes estivessem teriam desfechos negativos para os preços de ativos no mercado brasileiro.