Terça-feira, 21 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2022
O presidente Jair Bolsonaro quer entregar a liderança do governo no Senado a Alexandre Silveira (PSD-MG), que substituirá o senador Antonio Anastasia (PSD-MG), aprovado em dezembro para o TCU (Tribunal de Contas da União). Como Silveira ainda não tomou posse oficialmente como parlamentar, a tendência é que Bolsonaro só bata o martelo após o fim do recesso no Congresso Nacional, em fevereiro.
Silveira é ligado ao presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e atuava como diretor de Assuntos Técnicos e Jurídicos da Presidência do Senado. O futuro senador comanda o PSD em Minas Gerais e já foi deputado federal por duas vezes. Ele também esteve à frente da Secretaria Extraordinária da Gestão Metropolitana em Minas Gerais e da Secretaria de Saúde do governo de Antonio Anastasia.
Apesar dos embates de Bolsonaro com Pacheco pelas derrotas do governo no Senado, Silveira é apontado como um ponto de interlocução com o presidente da Casa. Em função disso, o futuro parlamentar conta com o apoio de diversos ministros, entre eles Flávia Arruda (Secretaria de Governo), João Roma (Cidadania), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).
Prestes a tomar posse como senador, Alexandre Silveira admitiu, em nota, que recebeu o convite de Bolsonaro para se tornar líder do governo no Senado, mas disse que ainda não pode dar uma resposta porque não assumiu formalmente o mandato.
Durante transmissão ao vivo nas redes sociais, no mesmo dia, Bolsonaro tratou Silveira como novo líder do governo, contradizendo o mineiro. O presidente falou que pretende chamar o senador para a inauguração de um trecho da ferrovia Norte-Sul.
“Vamos convidar a bancada mineira. Tem que convidar todo mundo. Convidar aí o novo líder do governo, que vai assumir agora em fevereiro, o Alexandre Silveira, para ficar com a gente em um trecho dessa ferrovia. É para nós mostrarmos que o Brasil, pelo Tarcísio (de Freitas), fez ressurgir o modal ferroviário”, disse Bolsonaro.
Segundo pessoas próximas a Silveira, ele tende a aceitar o convite de Bolsonaro, mas primeiro quer conversar com a bancada do PSD, que foi pega de surpresa ontem pela possibilidade.
Alguns senadores do partido, como Otto Alencar (BA) e Omar Aziz (AM), fazem oposição ao governo Bolsonaro e ficaram incomodados com a ideia de um representante da sigla ter uma ligação direta com o Palácio do Planalto em ano eleitoral.
“Recebi do presidente da República o convite para assumir a liderança do governo no Senado. Acredito que o convite se deu pela nossa capacidade de diálogo e disposição para discutir os projetos que interessam aos brasileiros, acima de qualquer ideologia ou questão partidária”, escreveu Silveira, no Twitter.
“Mas como não estou investido do cargo de senador da República, não posso considerar a avaliação da proposta no momento. Meu objetivo é, com responsabilidade e muito trabalho, cumprir um mandato que orgulhe os mineiros e as mineiras, independente de governos ou ideologias”, acrescentou. Silveira deve tomar posse como senador no início do ano legislativo, em fevereiro.
Independentemente de assumir a função de liderança ou não, pessoas próximas a Alexandre garantem que ele está disposto a contribuir com o governo Bolsonaro, especialmente na pauta econômica.
Como diretor jurídico do Senado, cargo que ocupa atualmente, Silveira já mantinha boa relação com o governo.
A escolha do Planalto pelo parlamentar chama a atenção por ele ser muito próximo ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que já foi alvo de uma série de críticas de integrantes do governo. As informações são do jornal O Globo.