Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 9 de março de 2023
Em janeiro, a economia brasileira gerou 83,3 mil empregos com carteira assinada, informou nessa quinta-feira (9) o Ministério do Trabalho e Emprego. Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas 1,87 milhão de contratações e 1,79 milhão de demissões.
O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no entanto, representa piora em relação a janeiro do ano passado, quando foram criados 167,3 mil empregos formais. A queda, nesta comparação, foi de 50,2%.
Para o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, os juros elevados, determinados pelo Banco Central para controlar a inflação, além da alta no endividamento da população e do custo da cesta básica, dificultaram a geração de empregos formais em janeiro deste ano.
“Em janeiro, apesar de todos esses ‘senões’, temos um saldo positivo nos empregos formais”, declarou.
Ele lembrou que o Ministério da Fazenda tem trabalhado em um plano para reduzir o endividamento da população, chamado de “Desenrola”, cujo anúncio é aguardado para as próximas semanas.
Setores
Os números do Caged de janeiro de 2023 mostram que foram criados empregos formais em quatro dos cinco setores da economia – Serviços, Construção, Indústria e Agropecuária. Apenas o segmento de comércio registrou queda. A região a registrar maior número de vagas foi a Sul, seguida pelo Centro-Oeste e Sudeste. Norte e Nordeste tiveram retração.
Salário médio
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 2.012,78 em janeiro deste ano, o que representa aumento real (descontada a inflação) em relação a dezembro do ano passado (R$ 1.923,97).
Na comparação com janeiro de 2022, porém, houve queda no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 2.021,49.
Anos anteriores
Em janeiro de 2020 e de 2021, respectivamente, foram abertas 112 mil vagas e 254,2 mil empregos formais.
A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada porque o governo mudou a metodologia. Deste modo, esse foi o pior resultado para meses de janeiro do “novo Caged”, que considera as alterações metodológicas.
Ao final de janeiro de 2023, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 42,52 milhões de empregos com carteira assinada. O resultado representa aumento na comparação com dezembro do ano passado (42,44 milhões) e com janeiro de 2022 (40,57 milhões).
Caged x Pnad
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, isto é, não incluem os informais.
Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia.