Sábado, 27 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de setembro de 2025
A delegação brasileira se retirou do salão do Debate Geral da Assembleia-Geral da ONU no momento em que o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, subiu ao púlpito nessa sexta-feira (26). Representantes de outras dezenas de países fizeram o mesmo enquanto o israelense era aplaudido por alguns membros do salão e o presidente da sessão pedia ordem.
Além do Brasil, se retiraram do salão quase todos os representantes de países árabes e muçulmanos, alguns de países africanos e alguns europeus, em protesto à ofensiva israelense na Faixa de Gaza que está perto de completar dois anos.
Imagens do salão vazio mostraram os assentos desocupados da Palestina, Arábia Saudita, Tunísia, Sri Lanka, Coreia do Sul, Turquia, Senegal, Venezuela, Irã (que substituiu sua delegação por imagens de crianças que diziam ter sido mortas por Israel), entre outros.
A saída da delegação brasileira ecoa o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da Assembleia-Geral na terça-feira (23), no qual criticou o ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro de 2023 e emendou que “nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza”.
A delegação americana, que apoiou Netanyahu em sua campanha contra o Hamas, permaneceu no local. As poucas potências mundiais presentes, Estados Unidos e Reino Unido, não enviaram seus funcionários mais graduados ou mesmo seu embaixador na ONU para sua seção. Em vez disso, ela foi preenchida com diplomatas mais juniores e de baixo escalão.
Embora o salão onde ficam os representantes das nações estivesse esvaziado, a galeria onde ficam os convidados dos Estados estava lotada. Israel também trouxe convidados no ano passado, que aplaudiram e comemoraram os comentários de Netanyahu após a saída dos diplomatas.
O premiê abriu os debates do quatro dia de assembleia acusando os líderes que reconheceram o Estado palestino de antissemitismo e disse que os palestinos são contra a solução de dois Estados para dois povos.
Enquanto vozes gritavam repetidamente na plateia, Netanyahu iniciou seu discurso detalhando os ataques de seu país contra oponentes e vizinhos do Oriente Médio, que, segundo ele, eliminaram ameaças a Israel, e leu uma lista com os nomes dos reféns mantidos em Gaza.
Netanyahu enfrenta isolamento internacional, acusações de crimes de guerra e crescente pressão para pôr fim a um conflito que ele continua a agravar. O discurso desta sexta foi sua chance de contestar a maior plataforma da comunidade internacional.
Ele negou que Israel estivesse cometendo genocídio, citando como prova a emissão repetida de ordens de retirada de civis em Gaza. Com informações do portal Estadão.