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Por Redação O Sul | 17 de abril de 2020
O Brasil tem 33.682 casos confirmados de coronavírus e 2.141 mortes pela doença, com uma taxa de letalidade de 6.4%, segundo painel do Ministério da Saúde. São 217 novas mortes, novo recorde em 24 horas. Um dia após o anúncio do novo ministro Nelson Teich, que tomou posse na manhã desta sexta-feira (17), não houve coletiva para o anúncio dos dados nem explicações técnicas sobre a situação da Covid-19 no País. No dia anterior eram 30.425 casos e 1.924 mortes.
O Ministério da Saúde afirma que o número real de casos tende a ser maior, já que só pacientes internados em hospitais fazem testes e há casos represados à espera de confirmação. O próprio ministro Teich assumiu na quinta-feira defendendo o aumento de testes, embora não tenha explicado como isso possa ocorrer.
São Paulo concentra o maior número de falecimentos (928), quase três vezes o número do segundo colocado, o Rio de Janeiro (341). Os Estados são seguidos por Pernambuco (186), Ceará (149) e Amazonas (145).
Além disso, foram registradas mortes no Paraná (42), Maranhão (40), Minas Gerais (35), Bahia (36), Santa Catarina (29), Pará (26), Paraíba (26), Rio Grande do Norte (23), Rio Grande do Sul (22), Espírito Santo (25), Distrito Federal (20), Goiás (16), Amapá (10), Piauí (oito), Alagoas (sete), Sergipe (quatro), Mato Grosso do Sul (cinco), Mato Grosso (cinco), Acre (cinco), Roraima (três), Rondônia (três) e Tocantins (uma).
Comparativo
As mortes pelo novo coronavírus confirmadas no Brasil desde 26 de fevereiro superam o total registrado em 2009 por H1N1, no auge daquela pandemia. Naquele ano, a primeira morte foi registrada em junho.
Mesmo com alta subnotificação por falta de testes, reconhecida pelo próprio Ministério da Saúde, o País confirmou, até esta sexta, 33.682 testes positivos e 2.141 óbitos pela Covid-19. Em 2009, foram 50.482 casos e 2.060 mortos pelo vírus influenza, segundo dados do governo federal.
A Organização Mundial da Saúde considerou a H1N1 como pandemia de julho de 2009 a agosto de 2010. No segundo ano, a doença perdeu força pelo reforço de medicamento e vacina no tratamento.
Em 22 de março, o presidente Jair Bolsonaro errou ao prever que a Covid-19 mataria menos que a H1N1 em 2019, quando o total de óbitos já foi inferior ao do ano de pandemia. “O número de pessoas que morreram de H1N1 no ano passado foram na ordem de 800 pessoas. A previsão é não chegar a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus”, afirmou.
O deputado federal Osmar Terra (MDB) também minimiza a Covid-19 usando dados sobre a H1N1. Ele chegou a ser cotado ao cargo de ministro da Saúde, agora ocupado pelo oncologista Nelson Teich.
Ministro da Saúde em 2009, o médico José Gomes Temporão disse no fim de março em entrevista ao Estado que a Covid-19 é muito mais grave do que a pandemia enfrentada por ele.
“A letalidade e o número de casos graves do H1N1 é muito mais baixa que do novo coronavírus. O número de pessoas que adoece, precisa de ventilação pulmonar, é significativamente menor na pandemia de 2009. Uma outra diferença importante é a situação do sistema de saúde. Hoje estamos mais frágeis do ponto de vista financeiro”, disse Temporão.
O ex-ministro também afirmou que o País não adotou medidas de isolamento social amplo à época justamente pela menor gravidade da doença. “Quando o H1N1 chegou, o que percebemos era que não era uma doença com muita diferença do que os vírus da gripe comum. Claro, tivemos óbitos, a população não tinha imunidade.”