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Por Redação O Sul | 28 de janeiro de 2016
O Brasil atravessou recessões pontuais, decorrentes de crises importadas ou domésticas, que mais tarde eram superadas. A atual, no entanto, tem componentes mais resistentes – inflação com juro elevado, falta de previsibilidade, baixa confiança – ligadas às deficiências estruturais da economia brasileira, que precisarão ser atacadas como a reforma da Previdência Social e a desvinculação dos gastos do governo federal.
O quadro é do economista Luiz Fernando Figueiredo, gestor da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central à época da desvalorização do real e da adoção das metas da inflação.
“As perspectivas de curto prazo são bastante difíceis. O que está acontecendo de relevante diz respeito às questões de longo prazo. Um grande fundo soberano me fez a seguinte pergunta: o que garante que o Brasil não vai se tornar uma Venezuela? A diferença é que esses países tiveram um processo de destruição institucional; aqui ocorreu um enfraquecimento, mas as instituições reagiram. São os casos do TCU [Tribunal de Contas da União], da Polícia Federal, da CGU [Controladoria-Geral da União] e do Ministério Público”, disse.
Para o economista, “toda recessão tem um prazo curto e depois volta; não é o caso atual. Passamos a ter uma recessão quase que permanente, estrutural. Precisaremos fazer mudanças estruturais para sair desse ciclo”. (Folhapress)