Segunda-feira, 11 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2025
Um grupo internacional de cientistas, com participação de um astrofísico professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), descobriu um novo planeta, semelhante a Netuno, orbitando a estrela Gliese 410 (DS Leo), que fica a 39 anos-luz do Sistema Solar, na constelação de Leão.
Segundo publicação da UFRN, o astro tem cerca de 8,4 vezes a massa da Terra e está muito mais próximo (cerca de 0,05 vezes) da Gliese 410 do que nós estamos do Sol. Por conta desta proximidade, tem temperatura média de cerca de 300 °C e, enquanto levamos 365 dias para completar um giro completo de órbita, ele leva apenas seis dias.
O estudo foi publicado na revista científica Astronomy & Astrophysics em agosto deste ano e integra o SPIRou Legacy Survey, um programa franco-canadense de observação astronômica. Sua importância se dá pela representação de um laboratório natural para entender a formação e a dinâmica de sistemas planetários em estrelas anãs vermelhas, como é o caso da Gliese 410, segundo a UFRN.
“A maior parte das estrelas na vizinhança do Sistema Solar são anãs vermelhas — pequenas, frias e discretas. Detectar planetas ao seu redor é um desafio, mas cada descoberta abre uma nova janela para entendermos a diversidade de mundos que podem existir tão perto de nós”, diz José Dias do Nascimento Jr, professor da URFN, pesquisador visitante em Harvard, nos Estados Unidos, e participante do estudo.
A descoberta foi realizada com o espectrógrafo SPIRou, um instrumento instalado no Havaí que dispersa a luz de um objeto para que este possa ser analisado posteriormente. Depois, houve ainda uma confirmação e confirmada com apoio do espectrógrafo SOPHIE, no sul da França.
Os cientistas ainda analisam a possibilidade de haver mais dois planetas, com períodos orbitais de três e 18,7 dias, entorno da Gliese 410. Se confirmados, tornarão a região ainda mais interessante para estudos sobre formação de sistema solar.
“As observações revelaram que Gl 410 possui um campo magnético 100 vezes mais intenso que o solar. Isso significa que seus planetas provavelmente enfrentam tempestades estelares frequentes, capazes de produzir auroras colossais e até provocar erosão atmosférica”, diz a postagem da UFRN. Com informações do portal Estadão.