Geral Brasileiro segura os gastos até com aposta nas loterias
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2015
A crise econômica afetou a disposição do brasileiro de apostar nas loterias da CEF (Caixa Econômica Federal). Segundo a estatal, o valor arrecadado cresceu 5% de janeiro a setembro em relação a igual período de 2014. O desempenho está abaixo da inflação nos nove primeiros meses do ano, 7,64%, e muito aquém do crescimento médio de 16% registrado desde 2009. No ano passado, o aumento foi de 18,5%.
Donos de loterias atribuem o resultado à crise econômica e reclamaram do reajuste de mais de 30% nos principais produtos desde maio. “Quem fazia dez jogos faz cinco”, disse a lotérica Katia Pinheiro, do Paraná. “Depois do aumento caiu o movimento”, afirmou Mara Rubia, proprietária de cinco lojas em Minas Gerais.
Apesar de desestimular as apostas, o reajuste melhorou a arrecadação. O valor recolhido, que havia crescido 1% nos cinco meses iniciais de 2015, avançou 10% de junho a setembro ante o mesmo período do ano passado.
O lotérico Cléber Guimarães afirmou que a arrecadação com apostas baixou 20% nas cinco lojas administradas por ele na Grande São Paulo. Nos pontos em shoppings, praticamente não há movimento após as 17h, algo que nunca aconteceu, segundo ele. “É a instabilidade econômica, as pessoas perdem o emprego e falta dinheiro”, observou o funcionário.
Segundo Guimarães, a única coisa que movimenta as lotéricas hoje é o pagamento do seguro-desemprego. “É o que mais está saindo nas lojas. Às vezes, o dinheiro acaba e tem de passar umas contas para encher o caixa, enquanto a pessoa espera para pegar o benefício”, declarou. (Folhapress)
