Segunda-feira, 22 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2025
Em notícia no site do governo gaúcho (estado.rs.gov.br), a Polícia Civil e a Brigada Militar recomendam que a popuação conheça um gesto simples, mas capaz de salvar uma mulher em situação de violência. Trata-se de um sinal feito pela vítima com a mão, em três etapas: mostrar a palma aberta, dobrar o polegar para dentro e, por fim, fechar os outros dedos sobre o polegar.
O movimento deve ser direcionado à pessoa a quem se pede ajuda, de forma discreta e sem que o agressor ou abusador perceba. A ideia é simbolizar a sensação de estar presa ou confinada, conforme a organização não governamental Canadian Women’s Foundation, criadora do código em parceria com uma agência de propaganda.
Na origem da ação está a pandemia de coronavírus, quando diversos países registraram uma alta nos casos de violência doméstica, em meio às exigências de confinamento. O gesto acabou se popularizando nas redes sociais, em nível global. Desde então, já ajudou a salvar a vida de diversas mulheres que conseguiram, de forma silenciosa, pedir ajuda a pessoas próximas em momentos de risco.
A Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP-RS) acrescenta que denúncias e pedidos de ajuda em casos de violência doméstica podem ser encaminhados à distância: basta ligar para a Brigada Militar (telefone 190) ou Polícia Civil (Disque Denúncia, número 181).
Rede de proteção
As autoridades gaúchas tem intensificado o combate ao feminicídio e à violência doméstica, crimes que se mostram especialmente desafiadores. Isso porque, na maioria das vezes, são cometidos no ambiente residencial, sem testemunhas ou patrulhamento policial, por exemplo.
Uma série de medidas passaram a ser adotadas para reduzir os indicadores e encarar um problema que afeta muitas mulheres. Em abril deste ano foi lançada a Medida Protetiva de Urgência (MPU) on-line, possibilitando às vítimas o registro da ocorrência e a requisição da medida protetiva de urgência pelo celular ou computador. Desde o lançamento, já são mais de 3 mil solicitações.
Outra iniciativa são as novas unidades da Delegacia da Mulher (Deam) e o aumento no efetivo responsável pelo combate a esse tipo de crime, além da implantação de terminais de autoatendimento e melhorias na triagem, reduzindo o tempo médio de espera. Na mesma linha, foram inauguradas mais “Salas das Margaridas”, espaços destinados ao suporte de mulheres vítimas de violência.
Desde 2012, as Patrulhas Maria da Penha, da Brigada Militar, fiscalizam se as MPU estão sendo cumpridas e verificam a situação familiar das mulheres atendidas. De janeiro a julho deste ano, a BM incluiu 19.020 vítimas de violência no programa, realizando 40.753 visitas e 291 palestras preventivas e informativas, e efetuando 134 prisões por descumprimento de medida protetiva.
Monitoramento de agressores
O governo gaúcho adotou, ainda, o Programa de Monitoramento do Agressor, destinado a acompanhar em tempo real a movimentação de agressores e vítimas, evitando uma aproximação entre eles. Enquanto o agressor passa a utilizar tornozeleira eletrônica, a vítima possui um smartphone com aplicativo de alerta e rastreamento.
Ambos os dispositivos funcional de forma integrada. Caso o agressor se aproxime da vítima, alertas automáticos são acionados, permitindo resposta imediata por parte das autoridades competentes. Atualmente, o sistema contabiliza 498 monitorados e 485 vítimas conectadas, garantindo proteção em tempo real.
Em maio, a SSP firmou um termo de cooperação com a Secretaria Estadual da Saúde (SES). A finalidade é facilitar o acesso recíproco a informações e oferecer agilidade, caso uma possível vítima de violência doméstica seja atendida em uma unidade de saúde.
(Marcello Campos)
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