Quarta-feira, 31 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2017
A cada delação de algum executivo ou ex-executivo da construtora Odebrecht, o valor da dinheirama desviada dos cofres públicos para pagamento de propina, caixa 2 e corrupção aumenta de forma para deixar qualquer cidadão absolutamente estupefato.
O valor pago pelo “setor de propinas” da Odebrecht entre 2006 e 2014 à classe política superou o PIB (Produto Interno Bruto) de 33 de 217 países listados em um ranking do Banco Mundial a partir de dados do FMI (Fundo Monetário Internacional). O levantamento considera os dados consolidados mais recentes do Fundo, de 2015. Ao todo, o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido na empreiteira como o departamento em que as propinas eram pagas, movimentou aproximadamente US$ 3,37 bilhões –o equivalente a R$ 10,6 bilhões –entre os anos de 2006 e 2014 , que desde 2006 chefiava o setor.
Com 40 anos de serviços prestados à Odebrecht, entre 1975 e 2015, Mascarenhas foi um dos 77 executivos que firmaram acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e que tiveram o sigilo da delação quebrado pelo relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Edson Fachin. Mascarenhas entregou à Lava Jato uma tabela com o valor total movimentado pelo Setor de Operação Estruturadas no período. No depoimento, o delator relatou ainda ter sido “intimado” por Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo Odebrecht, para chefiar o setor.
Preso desde junho de 2015 em Curitiba, Marcelo era o presidente da construtora Norberto Odebrecht quando escolheu o então diretor para a área que movimentaria as somas destinadas ao pagamento de propinas.