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Futebol Campeonato Brasileiro vira produto de exportação, dá prestígio ao País e se torna fonte de renda aos clubes

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Campeonato passa, com a globalização do esporte no mundo, a ser um dos elementos do futebol brasileiro no exterior. (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)

A globalização tem sido um fenômeno recente que, nas últimas décadas, transformou as relações entre os países. Ampliou o alcance da comunicação, os investimentos, o comércio e o intercâmbio cultural. Na prática, extinguiu fronteiras em vários aspectos. Para o futebol brasileiro, porém, tantas novidades trouxeram, nesse mesmo período, mais prejuízos do que benefícios. O País se tornou um exportador de talentos e seus clubes perderam competitividade diante dos endinheirados europeus.

Demorou mais de uma década, castigada por derrotas acachapantes em finais de Mundial de Clubes e pelas eliminações do Brasil em Copas, para que, em busca de novas receitas, o futebol brasileiro começasse a utilizar a globalização a seu favor, com a ideia de uma Liga a ser gerida pelos clubes e criando condições para valorizar o próprio produto para além do seu território.

A busca se dá muito em função das verbas vindas da TV, inclusive com as transmissões do Campeonato Brasileiro das Séries A e B para fora do Brasil. Realidade que ocorre desde meados de 2020 e que se encaixa neste momento em que os clubes buscam ampliar as receitas da principal competição de futebol do País.

“O primeiro benefício das transmissões para o exterior é o financeiro. Abrem-se novos mercados, os direitos de transmissão para fora podem representar futuramente o mesmo valor negociado em transmissões internas. Isso ainda não ocorre, está longe, mas é assim já com outras grandes Ligas que foram se consolidando e nas quais hoje os direitos de transmissão para fora são tão rentáveis quanto internamente”, diz o presidente do Grêmio, Alberto Guerra.

Para ele, a maior visibilidade no cenário mundial será fundamental para a internacionalização da marca dos clubes do Brasil. “É importante que cada vez mais os clubes atentem para outros mercados e se tornem também clubes de nível mundial. Como hoje temos nossos filhos que usam camisas de times estrangeiros, que possam lá fora os filhos deles usarem camisas de clubes brasileiros também”, diz.

Organização

Para o dirigente gremista, apesar do aumento de receitas, é importante também que os próprios clubes brasileiros organizem suas gestões para não gastarem mais do que arrecadam, algo que ainda acontece com a maioria das equipes.

Alguns, como o próprio Grêmio, Palmeiras, Flamengo e Cruzeiro, o primeiro considerado grande a se tornar uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), já estão nesse caminho do saneamento financeiro. Para Guerra, é importante que o campeonato como um todo seja composto de vinte clubes rentáveis.

“Não tenho dúvida de que a organização faz com que tenhamos melhores equipes, melhores clubes, que fazem ter melhores campeonatos, que fazem ter melhor produto a ser vendido e fortalece como um todo o futebol do País. Não basta ganhar mais e depois gastar ainda mais”, ressalta o dirigente do time gaúcho.

Nestes últimos dois anos e meio, as transmissões passaram a alcançar 163 países, em TV aberta, fechada, PPV (pay per view) e streaming, abrangendo um público de mais de 650 milhões de pessoas ao redor do mundo, com transmissões em pelo menos 13 idiomas. Os clubes também negociaram os direitos de transmissão por meio da plataforma Brasileirão Play, que tem assinantes em mais de 90 países.

Desde a conquista da Copa do Mundo de 2002 pelo Brasil, na questão técnica, com a globalização, a identidade do drible, as técnicas do passe e o estilo criativo brasileiro se difundiram pelo planeta. Deixaram de ser o segredo que fazia os clubes do País e a seleção pentacampeã surpreenderem e encantarem os seis continentes.

Alcance 

Segundo Leandro Caetano, country manager da 1190, empresa que gerencia e comercializa os direitos do Brasileiro para o exterior, as transmissões das partidas ajudam o futebol nacional a voltar a se incluir na principal prateleira do mercado.

“Todas as grandes ligas têm alcance global. O Campeonato Brasileiro é um dos cinco mais importantes do mundo, um produto de grande qualidade audiovisual, com estádios modernos e jogadores conhecidos mundialmente. Estamos no início de um processo que, sem dúvida, vai ampliar ainda mais o conhecimento sobre o futebol brasileiro no exterior”, comenta Caetano.

Ainda mais, conforme ele ressalta, neste momento em que os clubes já negociam a formação de uma Liga Nacional. Atualmente, as receitas vindas das transmissões dos jogos, entre TV aberta, TV por assinatura, pay per view e streaming giram em torno de R$ 2 bilhões por ano.

Em geral, 40% são divididos de forma igualitária, 30% são pagos de acordo com o número de jogos transmitidos e outros 30% são pagos em função da performance. Com a implantação de uma Liga, os clubes do Brasileirão iriam receber até cerca de R$ 4,8 bilhões anuais de um investidor, por 20% da competição, em cinco anos, diminuindo de seis vezes para 3,48 vezes a diferença entre o clube que mais e o que menos recebe.

As partidas são transmitidas em português, espanhol, inglês, hebraico, mandarim, francês, alemão, italiano, grego, russo, japonês, árabe, ucraniano e bósnio. Dentre os países que recebem as transmissões estão os que mantêm as ligas mais fortes do mundo, como Inglaterra, Espanha, França, Itália e Alemanha.

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