Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 1 de setembro de 2022
Washington Reis (MDB), ex-prefeito de Duque de Caxias e candidato a vice-governador do Rio de Janeiro na chapa de Cláudio Castro (PL), foi um dos alvos da Operação Anáfora, deflagrada nesta quinta-feira (1º) pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A força-tarefa investiga um suposto favorecimento na contratação de uma cooperativa de trabalho pela Secretaria de Saúde de Caxias. O contrato e aditivos ultrapassaram R$ 563,5 milhões em pouco mais de dois anos.
Também foi alvo Mário Peixoto, denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) após a Operação Favorito, de maio de 2020. O empresário é apontado pela Justiça como beneficiário no esquema de corrupção do governo Wilson Witzel – que sofreu um impeachment com pouco mais de um ano de governo.
Agentes foram mobilizados para cumprir 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, nos municípios de Duque de Caxias (3), Maricá (1), Angra dos Reis (2), Mesquita (1), Niterói (1), Nova Iguaçu (1) e na capital (18).
Em nota, Washington Reis confirmou ter recebido agentes da Polícia Federal em sua casa. “Washington destaca que atendeu os policiais e se colocou à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários. A polícia fez o seu trabalho, sem nenhum tipo de interrupção ou dificuldade e nada foi encontrado”, afirma o texto.
O governador e candidato à reeleição ao Governo do Estado, Cláudio Castro, disse, através de nota, que respeita o trabalho da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) e aguarda os desdobramentos da operação.
Segundo a investigação da Polícia Federal, Washington é apontado como o responsável por garantir a atuação da organização criminosa na cidade.
Ele teria possibilitado a contratação da empresa Renascer Cooperativa de Trabalho, a Renacoop, para a prestação de serviços médicos em Caxias.
A Renacoop pertence a um velho conhecido das autoridades: o empresário Mário Peixoto. No papel, a empresa está no nome de Alessandro Duarte e Cassiano Luis da Silva. Mas segundo a Polícia Federal, eles seriam testas de ferro para Mário Peixoto. As investigações mostraram ainda que há indícios de favorecimento para a empresa. Em contratos e aditivos, a Renacoop recebeu no total R$ 563, 5 milhões.
A juíza Katia Maria Maia de Oliveira, que autorizou a busca e apreensão desta quinta-feira, escreveu: “A organização criminosa não cessou suas atividades, pelo contrário. O vulto de verbas oriundas somente do município de Duque de Caxias para empresas ligadas ao esquema investigado demonstraria sua força política e econômica, bem como a certeza de impunidade”.
Na casa do ex-prefeito de Caxias, encontraram um fuzil. A arma foi apreendida, já que o registro do fuzil estava no nome de uma pessoa que não estava no local.
Na casa do ex-secretário de Saúde de Duque de Caxias, José Carlos de Oliveira, os policiais encontraram R$ 700 mil em dinheiro.
Washington Reis disse que o fuzil é protocolado e legalizado na Polícia Militar e que foi liberado para escolta do irmão dele, o deputado estadual Rosenberg Reis.
O ex-secretário de Saúde de Caxias, José Carlos de Oliveira disse que não tem envolvimento com as empresas ou pessoas-alvos da investigação, que seu nome está sendo envolvido apenas pelo cargo que exerceu, e que tem documentos que comprovam que o dinheiro apreendido na sua casa veio da venda de uma propriedade.
Mário Peixoto disse que não possui nenhuma relação com a cooperativa Renacoop, e que conhece Washington Reis, mas não mantém elo pessoal, profissional ou comercial com ele. As informações são do portal de notícias G1.