Mundo Candidatura do bilionário e folclórico Donald Trump à presidência dos Estados Unidos se fortalece, desafiando analistas e assustando caciques políticos
Por Redação O Sul | 4 de fevereiro de 2016
O bilionário e folclórico Donald Trump está mesmo surpreendendo na disputa entre os pré-candidatos que vão concorrer à presidência dos Estados Unidos. Desafiando a cartilha política tradicional, o ex-apresentador de “O Aprendiz” cresce em apoio popular a cada polêmica, o que poderia torná-lo invencível, para desespero do Partido Republicano e seus apoiadores tradicionais, que não querem ver seus nomes associados a alguém tão controverso.
A última polêmica de Trump é com a conservadora Fox News. Em um lance ousado, Trump decidiu não participar do debate final realizado recentemente pela emissora, bastião dos conservadores. A emissora tinha escalado para apresentar o debate a jornalista Megyn Kelly, com quem Trump, em agosto, se estranhou ao considerá-la muito agressiva com ele – o bilionário insinuou que ela poderia estar descontrolada por estar menstruada, para a fúria de ativistas feministas em todo o país. Ele disse que não tem nada contra a emissora, mas quer um tratamento “mais justo”. No horário do debate, ele faria uma atividade para arrecadar fundos para veteranos feridos na guerra.
Mesmo ausente, Trump foi muito citado. O pré-candidato Ted Cruz afirmou que ele insultava os eleitores em não participar, enquanto o ex-governador Jeb Bush disse que “meio que sentia falta de Trump” no evento. O senador Marco Rubio foi ainda mais direto: “Esse debate não é sobre Trump, é sobre o futuro dos EUA”.
Para muitos, esse foi mais um golpe de marketing do bilionário, que cresceu por se posicionar como independente do sistema tradicional político. Ele foi um dos assuntos mais debatidos do país, teve horas de cobertura gratuita em todas as mídias americanas, e sua ausência deveria ser o destaque do debate.
Por outro lado, o bilionário seria novamente alvo do debate – desta vez, sem estar lá para se defender. Cruz disse que, “se ele teme uma jornalista, o que fará quando tiver que enfrentar o presidente russo [Vladimir] Putin?”. O senador ainda convidou Trump para um debate “mano a mano”, tentando polarizar com o bilionário.
Trump coleciona polêmicas.
Mesmo com o forte apelo popular, Trump coleciona polêmicas que o afastam do centro político. Ele disse que quer construir um muro na fronteira com o México, expulsar 12 milhões de imigrantes sem papéis, banir a entrada de muçulmanos nos EUA e iniciar uma cruzada econômica contra a China. Ele também fez uma série de comentários sexistas e chegou a debochar de um jornalista deficiente físico.
Por outro lado, Trump defendeu o seguro-saúde para maiores de 65 anos, aposentadorias e até a normalização das relações com Cuba, um forte desvio à ortodoxia direitista, o que amplia a desconfiança do partido com ele. O pânico cresce entre os líderes republicanos, que já começaram o jogo de empurra sobre a responsabilidade por não terem detido Trump a tempo. (AG)
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