Sábado, 14 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de abril de 2024
Uma pessoa que trabalhava em uma fazenda de laticínios e tinha “contato direto com gado leiteiro” testou positivo para gripe aviária no Texas, de acordo com o Departamento de Serviços de Saúde do Estado, nesta segunda-feira. O caso foi confirmado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) no fim de semana, disse o departamento.
O CDC disse que o paciente está isolado e se recuperando do vírus H5N1. Seu único sintoma foi uma inflamação ocular. O paciente está sendo tratado com o remédio Oseltamivir, que é a versão genérica do medicamento antiviral Tamiflu.
“O caso não altera o risco para o público em geral, que permanece baixo”, disse o Departamento de Serviços de Saúde do Estado do Texas em um comunicado. O CDC também afirmou que o risco é baixo, mas disse que está monitorando a situação.
“Porque o vírus da gripe muda constantemente, os esforços contínuos da vigilância e da preparação são críticos, e o CDC está tomando medidas caso a avaliação de risco da saúde pública mude. Esta é uma situação em desenvolvimento, e o Centro compartilhará atualizações adicionais à medida que novas informações relevantes forem disponibilizadas”, disse a agência em um comunicado. Este é o primeiro caso de gripe H5N1 em uma pessoa ligada ao gado leiteiro e o segundo nos Estados Unidos.
Um homem do Colorado que teve exposição direta a aves e ao abate desses animais teve gripe aviária em 2022. Segundo o Departamento de Serviços de Saúde do Estado, não há risco para o fornecimento comercial de leite.
A gripe aviária é um vírus da gripe tipo A que vem das aves e foi detectado em centenas de espécies como gaivotas, corujas e patos nos EUA desde 2022. Muitos mamíferos, principalmente no oeste e no centro-oeste dos Estados Unidos, foram infectados com o vírus neste último surto.
Casos também foram relatados entre ursos, raposas, gambás e focas. Os cientistas dizem que esses animais provavelmente ficaram doentes quando comeram ou interagiram com aves infectadas. O vírus pode se espalhar por meio de fezes e saliva, além do contato com superfícies contaminadas.
A transmissão entre humanos da gripe aviária por contato próximo é “muito rara”, de acordo com o CDC. Os sintomas do vírus podem variar. Em casos leves a doença se manifesta como uma gripe comum ou com vermelhidão nos olhos. Já os pacientes graves, podem ter pneumonia.
No Rio Grande do Sul
A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), confirmou em fevereiro deste ano, a detecção de um foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em duas aves silvestres localizadas em um açude, no município de Rio Pardo.
O vírus foi identificado na espécie caraúna (Plegadis chihi, “maçarico”). A notificação não afeta o status sanitário do Estado e do País, nem impacta o comércio de produtos avícolas. Também não há risco no consumo de carne e ovos, porque a doença não é transmitida por meio do consumo.
O Serviço Veterinário Oficial (SVO-RS) atendeu a notificação, e a amostra foi enviada para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (LFDA-SP), unidade referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA). Esse é o sexto foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul, registrado em aves silvestres e mamíferos aquáticos (leões-marinhos e lobos-marinhos).
De acordo com a diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA), Rosane Collares, uma reunião técnica com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e com a Superintendência de Agricultura e Pecuária do Estado do RS (SFA/RS) foi realizada para nivelamento das informações e definição da estratégia de atuação.
“As equipes da Secretaria da Agricultura atuarão na vigilância ativa, monitorando inicialmente o raio de cinco quilômetros a partir do foco, a fim de evitar uma possível disseminação da doença e levar orientação aos criadores para manterem cuidados de biossegurança em suas propriedades, especialmente evitando a circulação de aves e, na medida do possível, impedindo ambientes de convívio entre aves silvestres e domésticas”, ressalta Rosane.
Notificação de casos
Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em animais, devem ser notificadas imediatamente à Seapi por meio da Inspetoria de Defesa Agropecuária do município, do Whatsapp (51) 98445-2033 ou do e-mail notifica@agricultura.rs.gov.br.