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Política Caso Marielle: cinco pessoas investigadas pelas execuções já foram mortas desde 2018

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Um rastro de mortes tirou de cena pessoas importantes citadas nos inquéritos.

Foto: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio
Um rastro de mortes tirou de cena pessoas importantes citadas nos inquéritos. (Foto: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio)

Nos cinco anos e quatro meses que se passaram desde o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes no Rio de Janeiro, um rastro de mortes tirou de cena pessoas importantes citadas nos inquéritos.

Apontado na delação do ex-PM Élcio de Queiroz como intermediário da contratação de Ronnie Lessa para a execução do crime, o sargento reformado da PM Edimilson da Silva de Oliveira, o Macalé, foi morto a tiros em 6 de novembro de 2021, o que um relatório sigiloso da Polícia Federal chegou a apontar como um “golpe” para as investigações.

Mas Macalé não foi o único. Ao menos outras quatro peças-chaves morreram desde aquele 14 de março de 2018, entre elas o ex-policial Adriano da Nóbrega, acusado de chefiar o Escritório do Crime, que teria sido o primeiro a ser procurado para matar Marielle. Entretanto, ele recusou o serviço.

Provas perdidas
No documento da PF em que se ressaltam as repercussões da morte de Macalé, por exemplo, é apontada uma “notória dificuldade” imposta pelo lapso temporal entre o crime e a fase atual das investigações.

“Parte significativa das provas e evidências deixadas por seus autores, seja mandante, seja executor, pereceu com o tempo”, afirma o texto.

“Outro golpe que a intempestividade impôs à persecussão (sic) penal”, continua o relatório, foi a morte de Macalé. Os prejuízos seriam tanto no que se refere “à garantia da execução da lei quanto à colheita de novas evidências”.

Testemunhas contaram que o sargento reformado, suspeito também de ligações com a contravenção e de ser braço armado do bicheiro Bernardo Bello, caminhava em direção a sua BMW pela Avenida Santa Cruz, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, quando foi abordado por homens armados em um veículo.

A cena também foi registrada por câmera de segurança. Nem seus documentos, nem a pistola calibre 45 que portava foram roubados. Ele foi atingido por vários disparos e morreu no local, cerca de dois anos e meio após o assassinato da vereadora e de seu motorista.

De acordo com a delação de Queiroz, Macalé, Lessa e o ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Correa, o Suel, vigiavam os passos de Marielle desde os últimos meses de 2017.

Se o nome de Macalé só apareceu agora, o de Adriano da Nóbrega, morto em 9 de fevereiro de 2020, surgiu logo que as execuções começaram a ser apuradas.

Em 2018, o ex-capitão do Bope foi chamado pela Delegacia de Homicídios (DH) da Capital a prestar depoimento, no qual negou participação no crime. Na ocasião, disse não conhecer pessoalmente as vítimas e que tomou conhecimento dos fatos pela imprensa.

Mais tarde, no primeiro semestre de 2021, seria descoberto pela Força-Tarefa Marielle e Anderson, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que Adriano teria se negado a realizar o crime, antes que Lessa tivesse sido procurado para, supostamente, perpetrá-lo.

Apontado como chefe do bando de pistoleiros do Escritório do Crime, ele ficou foragido por cerca de um ano, até ser localizado em um sítio no interior baiano, onde foi morto em uma troca de tiros com policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Bahia, com apoio da inteligência da Polícia Civil fluminense.

Considerado braço direito de Adriano, o segundo-sargento Luiz Carlos Felipe Martins, o Orelha, também foi morto a tiros, em 20 de março de 2021. Homens que estavam num carro dispararam contra o PM em uma rua de Realengo, Zona Oeste carioca. Ele estava de folga.

Os assassinatos não pararam por aí. Hélio de Paulo Ferreira, o Senhor das Armas, foi assassinado em 28 de fevereiro deste ano, na Rua Araticum, área disputada por milicianos e traficantes que ficou conhecida como a rua da morte, no Anil, também na Zona Oeste. Ele foi outro que chegou a ser investigado no inquérito Marielle e Anderson.

A primeira morte de um dos suspeitos de ligação com o caso, porém, ocorreu menos de um mês depois dos assassinatos. Segundo a polícia, em 3 de abril de 2018, Lucas do Prado Nascimento da Silva, conhecido como Todynho, sofreu uma emboscada na Avenida Brasil, na altura de Bangu, possivelmente como uma queima de arquivo. Todynho era suspeito de ter participado da clonagem do Cobalt prata usado na execução de Marielle e Anderson. Ele teria atuado na confecção dos documentos falsos do veículo.

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https://www.osul.com.br/caso-marielle-cinco-pessoas-investigadas-pelas-execucoes-foram-mortas-desde-2018/ Caso Marielle: cinco pessoas investigadas pelas execuções já foram mortas desde 2018 2023-07-28
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