Quarta-feira, 14 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de setembro de 2019
Acusado de receber propina de R$ 5,5 milhões, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, entregou à Polícia Federal a senha do seu celular no dia da operação Desintegração, na última quinta-feira (19). Segundo relatos, o político desbloqueou o telefone de maneira impensada, pouco tempo antes de seus advogados chegarem ao local, em sua residência oficial em Brasília.
Os mandados judiciais foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, após resistência inicial da PGR (Procuradoria Geral da República). O gesto involuntário causou surpresa à defesa do parlamentar e aos policiais envolvidos na ação. Em geral, a PF solicita a senha durante o cumprimento de um mandado judicial, mas o investigado não é obrigado a fornecer.
No aparelho, há conversas com outros parlamentares, como, por exemplo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Todo o material apreendido na ação policial passa agora por perícia, sem prazo para terminar.
André Callegari, advogado de Bezerra, disse que “não há nada de ilícito em seu telefone apreendido” e que “eventuais conversas entre ele e parlamentares ou membros do executivo fazem parte de sua atividade parlamentar e não guardam qualquer objeto com a investigação”. A defesa afirmou ainda que constitui “grave violação à sua prerrogativa funcional a investigação ou divulgação dessas conversas”.
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