Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 3 de setembro de 2017
O estudante de medicina Frederico Luiz Quixabeira Camargo, 22 anos, sofreu queimaduras de segundo grau após o celular dele explodir debaixo do travesseiro enquanto dormia. Os ferimentos foram no braço e no ombro. Parte do colchão pegou fogo. “Só não queimou meu rosto graças ao travesseiro”. O acidente foi na madrugada de sábado, em Palmas, no Tocantins.
Frederico relembra a situação e conta que acordou com o susto. “Acordei como se fosse um pesadelo. Só vi o clarão e ouvi o barulho. Meus irmãos acharam que tivesse sido um tiro. Começou a pegar fogo no meu colchão e o celular ficou destruído tanto que a bateria afundou para dentro do colchão”, conta.
O jovem reconhece que esse foi o maior susto. “Durmo com o celular por causa do despertador. Esse aparelho não foi feito para ficar explodindo assim”, lamenta.
O estudante foi levado para um hospital particular. O médico Lamartine De Paula Guimarães, que atendeu a vítima, disse que também ficou assustado, já que esses casos são incomuns. “Ele chegou com lesões e disse que o celular estava carregando no momento do acidente. Se fosse uma pessoa mais velha ou com problemas no coração poderia ter sido pior. Ele também poderia ter tido queimaduras mais graves e se fosse no rosto poderia atingir o olho e comprometer a visão”, explica.
De acordo com o dermatologista Caio Lamunier de Abreu Camargo, da Sociedade Brasileira de Dermatologia e professor do Hospital das Clínicas de São Paulo, casos como esse estão ficando mais comuns porque as baterias dos aparelhos estão cada vez mais potentes, trazendo mais riscos de explosão, o que pode acarretar vários danos, como as queimaduras. “No caso de explosão de aparelhos eletrônicos, a queimadura acontece por calor e radiação eletromagnética. O correto nesse caso é controlar a situação, ou seja, apagar o fogo e depois cuidar do ferimento. Se a lesão for superficial, basta lavar bastante em água corrente. Caso os ferimentos sejam um pouco mais graves, o ideal é procurar um pronto-socorro”, explicou o médico.
Cuidados
Quando um aparelho celular está ligado na tomada, a bateria eleva a temperatura automaticamente, então todo cuidado é pouco para evitar esse superaquecimento, o que pode levar à explosão. O ideal, portanto, é optar por não usar o celular ou atender ligações se o aparelho estiver sob condições de calor extremo.
Os riscos são ainda maiores quando os carregadores usados não são oficiais da marca do aparelho ou não são homologados pela Anatel. A vistoria feita pelo órgão serve justamente para manter a qualidade dos produtos e o bem-estar do usuário final.
Mas o superaquecimento não dá a certeza da explosão. A possibilidade existe, mas os dados ainda são mínimos, comparados com o número de smartphones existentes. A orientação é que os celulares não sejam deixados dentro de carros fechados em dia de sol ou no painel, para não aumentar os riscos de o acidente acontecer.
Fatores como furos, partes amassadas ou qualquer outro dano sofrido pelo aparelho e pela bateria também favorecem o ambiente para a explosão. Caso o acidente aconteça, seja pelas condições acima ou não, não deixe de procurar o fabricante para exigir os seus direitos. (G1, UOL e Tecmundo)