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Mundo Centro descarta uma aliança com os socialistas espanhóis, que devem buscar os separatistas

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Apoiadores do PSOE comemoram em frente a sede do partido em Madri, que tem na fachada cartaz com o rosto de Pedro Sánchez. (Foto: Reprodução)

No dia seguinte à eleição que fortaleceu os socialistas na Espanha e abriu uma crise profunda nas fileiras do Partido Popular (PP; direita), imprensa e analistas locais fazem prognósticos sobre a composição do próximo governo.

O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) emplacou 123 deputados na próxima legislatura, o que, apesar de representar um avanço expressivo em relação às 85 cadeiras atuais, não dá à legenda condições de administrar o país sem apoios. Para controlar o Congresso, é preciso deter 176 postos (são, ao todo, 350 parlamentares).

Por isso, um cenário veria o PSOE estender a mão ao centrista Cidadãos, de Albert Rivera, terceira força nacional, que ganhou musculatura no domingo: passou de 32 para 57 assentos.

Mas a relação entre os partidos, cordial até pouco tempo atrás, azedou bastante nos últimos meses. A raiz do estremecimento talvez esteja no fato de que Rivera aparecia um ano atrás em pesquisas como favorito a suceder o ex-premiê Mariano Rajoy (PP).

Com a aprovação da moção de desconfiança que derrubou o conservador e catapultou Pedro Sánchez ao comando do país, o chefe do Cidadãos recalibrou sua estratégia e partiu para o ataque contra os socialistas, buscando se posicionar como o líder da oposição.

Na reta final da campanha, chegou a dizer durante um comício que “nascemos para tirar Sánchez e personagens como ele da Moncloa [sede do governo, em Madri]”. Além disso, em fevereiro, logo após a convocação da eleição, a executiva do Cidadãos decidiu que o partido não entraria em coalizão com o PSOE.

Nesta segunda (29), Ines Arrimadas, número 1 da legenda em Barcelona, reiterou a determinação: “Não haverá nenhum tipo de negociação. O Cidadãos não pode pactuar com aquele que pactuou com [o presidente regional da Catalunha, Quim] Torra, Bildu [partido nacionalista basco] e [o ex-presidente catalão] Puigdemont”.

De seu lado, Sánchez disse, na noite de domingo, que os socialistas não responderiam aos centristas na mesma moeda. “Não criaremos um cordão sanitário, como fizeram conosco”, afirmou, enquanto centenas de militantes gritavam “com Rivera, não!”, interrompendo seu discurso repetidamente.

“Ok, isso ficou bastante claro”, concedeu o primeiro-ministro, depois de ser cortado pela enésima vez.

A composição do futuro governo deve levar algumas semanas, na melhor das hipóteses. Ninguém na Espanha espera arranjos definitivos antes do fim de maio, quando acontecem eleições municipais, autonômicas (das regiões) e para definir os representantes do país no Parlamento Europeu.

Outra opção seria uma articulação com o Podemos (esquerda radical), que recuou no domingo a 42 cadeiras, contra as 67 que detinha até aqui. A questão é que a soma das duas bancadas fica a 11 assentos do “número mágico” de 176.

Uma solução seria buscar alianças com os vários partidos regionais (mas não separatistas) que terão entre 1 e 6 deputados na próxima legislatura. Mesmo com eles, porém, a base governamental se elevaria a 175, um a menos do que o necessário.

Dessa maneira, na hipótese de o acerto com o Cidadãos não se concretizar mesmo, o PSOE deverá fazer algum tipo de aceno aos movimentos independentistas catalão e, em menor medida, basco.

Ocorre que esses grupos têm uma relação instável com os socialistas. Essenciais à passagem da moção que pôs fim à era Rajoy, voltaram-se contra Sánchez no começo de 2019 e rechaçaram sua proposta de orçamento anual.

Líderes da Catalunha estavam desgostosos da maneira como o governo vinha conduzindo as conversas (enfim retomadas) sobre o status da região em relação à Espanha.

Nos últimos lances de uma campanha em que vinha sendo pintado por PP e Cidadãos como “traidor” e “entreguista” por dialogar com os secessionistas, Sánchez subiu o tom contra os interlocutores.

Sacou da cartola o mote “não é não”, dizendo que não haveria plebiscito sobre a separação da comunidade autônoma nem indulto aos líderes catalães que promoveram uma consulta popular inconstitucional em outubro de 2017 –e são julgados atualmente pelo delito.

As circunstâncias talvez o constranjam a rever suas “linhas vermelhas”. Na segunda, Gabriel Rufán, número 2 da Esquerda Republicana (legenda mais votada na Catalunha), disse que PSOE e Podemos precisam “ser valentes” e buscar uma solução para o impasse naquela região –que ele chamou de “conflito político”.

Ele pediu que se deixe sobre a mesa de conversas a possibilidade de um plebiscito e que se abandonem as acusações contra os dirigentes separatistas.

Além dos pactos com outras siglas, o PSOE cogita uma gestão solitária, de minoria, como a atual. A opção, entretanto, fragiliza a governabilidade.

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