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Mundo Centro-direita vence eleição em Portugal, mas não obtém maioria; ultradireita e socialistas empatam

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A coligação Aliança Democrática (AD), do primeiro-ministro conservador Luís Montenegro, obteve 32% dos votos. (Foto: Reprodução)

A coligação Aliança Democrática (AD), do primeiro-ministro conservador Luís Montenegro, obteve 32% dos votos e venceu as eleições parlamentares de Portugal no domingo (18). O Partido Socialista (PS) e o Chega, de ultradireita, receberam 23,3% e 22,5%, respectivamente, e conquistaram o mesmo número de deputados.

O resultado marca o segundo avanço consecutivo da ultradireita em Portugal. O Chega, que já havia passado de 12 assentos para 48 nas eleições de 2024, agora tem 58 deputados, a segunda maior bancada do parlamento, ao lado do PS. “O Chega matou hoje o bipartidarismo em Portugal”, declarou o líder do partido, André Ventura.

Com 89 deputados, o AD terá que formar alianças para governar com maioria em um Parlamento de 230 assentos. O resultado indica um cenário ainda mais difícil do que o enfrentado no último ano, quando Montenegro governou com uma minoria estreita depois de vencer as últimas eleições. O pleito deste domingo foi o terceiro de Portugal em três anos.

O resultado frustrou sobretudo o Partido Socialista. O líder Pedro Nuno Santos anunciou após o resultado que o partido não deve apoiar o governo da AD. Ele também afirmou que vai deixar a liderança do partido.

Montenegro se negou a fazer alianças com o Chega para governar e repete a promessa nestas eleições. A AD, então, pode formar um governo minoritário ou buscar acordos com partidos menores para garantir maioria.

A possibilidade de um segundo governo minoritário consecutivo representa uma frustração para quem esperava o fim do período mais instável da política portuguesa em décadas.

Nos últimos 50 anos, a política no país tem sido dominada por dois partidos: os social-democratas (líderes da Aliança Democrática) e os socialistas, que se alternavam no poder.

A frustração popular com a crise que atingiu o país após a crise da bolsa em 2008 e os anos de austeridade da União Europeia contribuiu para o crescimento de novas forças políticas e impediu que os grandes partidos obtivessem maioria suficiente para governar com estabilidade por quatro anos.

O pleito de domingo foi a terceira eleição de Portugal em menos de três anos. O país, conhecido na década passada por uma das maiores estabilidades políticas entre as nações europeias, se vê em um cenário político cada vez mais dividido e marcado por escândalos.

A divisão desafia os esforços de união em torno de políticas em temas importantes para os portugueses, como moradia, custo de vida e imigração, que se tornou questão central por causa do aumento acentuado de imigrantes nos últimos anos.

Segundo estatísticas oficiais, Portugal saltou de 500 mil imigrantes legais em 2018 para mais de 1,5 milhão no início deste ano, sendo muitos brasileiros.

Outros milhares não possuem os documentos necessários para permanecer no país. O governo de Luís Montenegro anunciou duas semanas antes das eleições que expulsaria cerca de 18 mil estrangeiros que viviam no país sem autorização.

Embora tal medida seja rotineira, houve acusações de que o governo estaria tentando arrancar votos do Chega.

A crise imobiliária também reacendeu o debate. Os preços dos imóveis e os aluguéis dispararam nos últimos 10 anos, em parte devido ao influxo de estrangeiros de colarinho branco.

Os preços dos imóveis subiram mais 9% no ano passado, informou o Instituto Nacional de Estatística (INE). Os aluguéis em Lisboa e arredores, onde vivem cerca de 1,5 milhão de pessoas, registraram uma alta de 7% do valor no ano passado, a maior em 30 anos, de acordo com o instituto.

O problema é agravado pelo fato de Portugal ser um dos países mais pobres da Europa Ocidental.

O salário médio mensal no ano passado foi de cerca de € 1,2 mil euros (o equivalente a R$ 7,5 mil) antes dos impostos. O salário mínimo estabelecido pelo governo este ano é de € 870 (US$ 974) por mês antes dos impostos.

Montenegro chegou ao poder há um ano após vencer uma eleição também antecipada, por causa da renúncia do premiê António Costa, do Partido Socialista. Costa deixou o cargo no segundo ano de governo em decorrência de um escândalo, no qual a polícia encontrou 76 mil euros no escritório de seu chefe de gabinete e prendeu cinco pessoas de sua equipe sob a suspeita de tráfico de influência.

O premiê negou o caso, mas se afastou do cargo por decisão própria com a justificativa de que uma investigação de tal tipo “não seria compatível” com um primeiro-ministro. Uma semana depois, o Ministério Público afirmou que havia errado durante as investigações.

A renúncia encerrou nove anos de governo socialista. A coligação de Montenegro, de direita, conquistou a eleição de 2024 com a maior bancada do Parlamento com uma margem mínima, de cinco deputados a mais que o Partido Socialista. A disputa também marcou o crescimento da ultradireita em Portugal, com o partido Chega alcançando 18% dos votos, o equivalente a 50 deputados, contra apenas 1,4%, ou um deputado, em 2019. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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