Sábado, 21 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2025
O balão que caiu nesse sábado (21) em Praia Grande (SC), deixando oito mortos e 13 feridos, tinha um cesto de seis metros de largura, com capacidade para transportar até 24 pessoas. Segundo a empresa Sobrevoar, responsável pelo voo, seu balão era o maior da cidade e chegou a ser atração em uma feira de balonismo.
Segundo a empresa, o passeio tem duração de 45 minutos e pode chegar a até mil metros de altura. Cada passageiro paga o valor de R$ 550 pelo voo. O passeio começa às 5h30, quando os participantes chegam ao hangar da empresa, onde recebem instruções sobre o voo e os equipamentos.
No local, também é servido um café da manhã. Depois, os passageiros são levados por um transfer da empresa até o ponto de decolagem. O pacote inclui ainda fotos do balão e um brinde final. Após a decolagem, um carro da Sobrevoar também pega os passageiros e leva de volta ao hangar.
O acidente
O acidente aconteceu no início da manhã, por volta das 9h30, quando o balão pegou fogo. Segundo o piloto, as chamas começaram por um maçarico que estava no cesto. Assim que o fogo se alastrou, o balão desceu próximo ao chão e ele orientou que as pessoas pulassem.
A maioria das pessoas conseguiu pular. No entanto, quando elas desceram, a estrutura perdeu o peso e subiu. Com isso, a estrutura subiu em chamas com quem ainda não tinha pulado e depois despencou. Pelos registros feitos por moradores em terra, é possível ver quando o cesto cai ao chão.
Das vítimas, quatro morreram carbonizadas no cesto e outras quatro morreram por conta da queda.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) diz que monitora a tragédia e que está tomando as previdências para analisar se o piloto e o balão que caiu tinham autorização para operar voos.
“A Agência está adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e da tripulação. A Anac acompanha os desdobramentos das investigações”, informou em nota.
Alto risco
Segundo a Anac, o balonismo é reconhecido como uma atividade desportiva, considerado de alto risco e “ocorre por conta e risco dos envolvidos”.
A Anac informa ainda que as aeronaves registradas para este tipo de atividade não são certificadas e não têm garantia de aeronavegabilidade. Além disso, não existe uma habilitação técnica emitida pela Anac para operar balões. Cabe ao praticante ou operador a responsabilidade pela segurança da operação.
Regulamentação
Para Luiz Del Vigna, diretor da Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), o uso do balonismo como atração turística escapa da regulamentação clara.
Segundo ele, embora a prática seja desportiva, quando comercializada como serviço turístico, deve seguir regras previstas na Lei Geral do Turismo e no Código de Defesa do Consumidor.
Nesses casos, as empresas que oferecem o passeio deveriam ter um sistema de gestão de segurança.