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Política China, Covax, spray nasal e fake news: o que o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo disse aos senadores na CPI

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Ernesto Araújo negou que a condução da diplomacia brasileira durante sua gestão tenha prejudicado o processo de aquisição de vacinas e insumos para o Brasil. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Questionado por senadores durante audiência na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, nesta terça-feira (18), o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo negou que a condução da diplomacia brasileira durante sua gestão tenha prejudicado o processo de aquisição de vacinas e insumos para o Brasil – principalmente os provenientes da China.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), citou um artigo de Ernesto Araújo publicado em abril de 2020, que, segundo o parlamentar, fazia referência ofensiva à China ao mencionar o coronavírus como um “vírus ideológico”.

“O senhor não acha que chamar [o vírus] de ‘comunavírus’ não é uma coisa que indispõe a relação amigável que nós sempre tivemos, comercial, com a China? Se o senhor não acha isso, eu não sei o que mais achar. Inclusive, é até de se estranhar um chanceler, um ministro das Relações Exteriores, escrever um artigo contra um país com o qual nós temos uma relação comercial superavitária, que ajuda muito no superavit primário do Brasil, coisa que nós não temos com os Estados Unidos”, afirmou o presidente da CPI.

Ernesto Araújo deixou o Ministério das Relações Exteriores em 29 de março, após receber fortes críticas, inclusive de senadores, sobre sua atuação à frente da pasta.

Ao ser questionado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se sua atuação prejudicou a relação com a China, Ernesto disse não concordar com essa avaliação, e argumentou que o crescimento do comércio brasileiro com esse país fornece indícios de que havia uma “boa diplomacia”.

Renan Calheiros questionou o ex-ministro sobre o porquê de o Brasil ter aderido ao consórcio Covax Facility assinando contrato com a opção de 10%, em vez de 50% a que o Brasil teria direito em vacinas. Segundo Ernesto Araújo, a decisão foi tomada pelo Ministério da Saúde no âmbito da estratégia do PNI (Plano Nacional de Imunização).

Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI, perguntou se o fato de o Brasil ter assinado o contrato para aquisição dessas vacinas somente em setembro de 2020, quando mais de 170 países já tinham aderido ao consórcio, teria gerado atrasos no envio desses imunizantes ao Brasil. Ernesto Araújo respondeu que a data da assinatura não alteraria o cronograma de envio dessas vacinas e o cronograma do plano de vacinação do país.

Ernesto Araújo afirmou ainda que além do Brasil, delegações de outros países compareceram a Israel para conhecer o spray nasal anticovid. Na ocasião, o spray estava em fase inicial de testes como medicamento contra covid-19.

Araújo citou as delegações da República Tcheca, Áustria, Dinamarca e do Chipre como países que teriam comparecido ao Israel para conhecer o medicamento. “O que mostra o interesse de países desenvolvidos, países de alta tecnologia na cooperação com Israel em termos semelhantes aqueles que nós estabelecemos”, afirmou o ex-chanceler.

O ex-ministro também confirmou que o Itamaraty recebeu um telegrama que informava sobre a proposta da Pfizer de setembro do ano passado com a oferta de 100 milhões de doses de vacinas ao Brasil. Ele afirmou que a pasta deixou sob a responsabilidade do Ministério da Saúde a decisão sobre a proposta e, por isso, não interveio.

Renan Calheiros e Omar Aziz ainda confrontaram o depoente em relação à doação dos Estados Unidos de 2 milhões de doses hidroxicloroquina, no ano passado, quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) já orientava que a medicação não teria eficácia comprovada contra a covid-19. O ex-ministro declarou que os medicamentos foram oferecidos por autoridades norte-americanas e não foram rejeitados porque, de acordo com ele, serviriam para suprir uma “necessidade real” do sistema de saúde brasileiro.

Os senadores Alessandro Vieira, Angelo Coronel (PSD-BA) e Leila Barros (PSB-DF) perguntaram ao depoente porque o Brasil se recusou a assinar acordo sugerido pela OMS para evitar a disseminação de informações falsas sobre a pandemia. Ao responder, Ernesto Araújo assumiu exclusivamente a responsabilidade por essa decisão. Ele afirmou que esse acordo poderia ir contra a legislação brasileira já estabelecida sobre o assunto.

“Nós avaliamos que esse instrumento poderia conter determinadas expectativas de comportamento do governo brasileiro que podiam não ser compatíveis com a legislação nacional de proteção à liberdade de expressão e outros aspectos da expressão regulados pela nossa legislação”, declarou o ex-ministro.

Ernesto Araújo confirmou que o Itamaraty enviou ao governo da Índia telegrama pedindo a liberação de insumos que seriam usados na produção de cloroquina no Brasil. De acordo com o ex-ministro, ainda no primeiro semestre de 2020 havia expectativa sobre os estudos relativos ao efeito da cloroquina no tratamento daqueles acometidos pela covid-19. Além disso, ele afirmou que a escassez desse medicamento para o tratamento de doenças crônicas também teria motivado a iniciativa. As informações são da Agência Senado e do jornal O Estado de S. Paulo.

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