Domingo, 12 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2025
Resposta veio por meio de um porta-voz do Ministério do Comércio chinês neste domingo (12)
Foto: ReproduçãoPequim prometeu contramedidas caso o presidente dos EUA, Donald Trump, cumpra sua promessa de impor novas tarifas de 100% sobre as importações chinesas.
A ameaça de Trump veio depois que a China implementou uma série de restrições à exportação de minerais de terras raras na semana passada. A escalada das tensões ameaça inviabilizar meses de progresso nas negociações comerciais.
“Recorrer a ameaças de tarifas altas não é a maneira correta de se envolver com a China”, disse um porta-voz do Ministério do Comércio neste domingo (12), nos primeiros comentários de Pequim sobre a ameaça.
“Se os EUA persistirem em agir unilateralmente, a China tomará resolutamente as medidas correspondentes para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos”, acrescentou o porta-voz. “Nossa posição sobre uma guerra tarifária permanece consistente – não queremos uma, mas não temos medo de uma”, completou.
A rápida escalada das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo derrubou as ações, abalando investidores e indústrias ao gerar temores de uma repetição da batalha tarifária retaliatória da primavera, quando os impostos sobre as importações chinesas e americanas dispararam para cerca de 145% e 120%, respectivamente.
Isso também traz novas incertezas às negociações comerciais em andamento entre os dois países. Esperava-se que Trump e o líder chinês. Xi Jinping, realizassem uma reunião muito aguardada na Coreia do Sul dentro de duas semanas, mas o americano, citando a questão das terras raras, lançou dúvidas sobre a realização do encontro.
Pequim não dá sinais de recuar, com o porta-voz do ministério instando Washington a “corrigir prontamente sua abordagem equivocada” e “preservar o progresso duramente conquistado nas negociações”.
O Ministério do Comércio descreveu as novas regras sobre terras raras como uma “ação legítima” e culpou Washington pela recente escalada, apontando para a introdução, pelo governo Trump, de uma série de novas medidas restritivas contra a China duas semanas após a última rodada de negociações comerciais em Madri, em setembro.
Desde então, Washington adicionou diversas empresas chinesas à sua lista de controle de exportação, expandindo seus controles para abranger subsidiárias de empresas listadas, além de impor taxas portuárias especiais para navios chineses.
“As ações dos EUA prejudicaram seriamente os interesses da China e minaram a atmosfera das negociações econômicas e comerciais bilaterais. A China se opõe firmemente a essas medidas”, disse o porta-voz.
Os novos e abrangentes controles sobre terras raras anunciados por Pequim incluíram uma lista expandida de minerais restritos e restrições estendidas às suas tecnologias de produção e uso no exterior, incluindo para aplicações militares e de semicondutores.
Espera-se que isso exerça uma pressão sobre as indústrias globais e as cadeias de suprimentos de tecnologia, que dependem desses minerais para produzir tudo, desde eletrônicos de uso diário, semicondutores e automóveis até caças. Na rede social Truth Social, Trump descreveu a ação “chocante” da China como “extremamente hostil” e uma “vergonha moral nas relações com outras nações”.