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Geral Cientista brasileira perde disputa para presidir painel climático da ONU

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A matemática, que havia sido indicada pelo governo do presidente Lula, passou para o segundo turno, mas foi derrotada pelo britânico Jim Skea. (Foto: Reprodução)

A cientista brasileira Thelma Krug perdeu na terça-feira (25) a votação para presidir o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), grupo de cientistas do clima da Organização das Nações Unidas (ONU). A matemática, que havia sido indicada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passou para o segundo turno, mas foi derrotada pelo britânico Jim Skea.

Após nenhum dos quatro candidatos – além de Krug e Skea, concorriam a sul-africana Debra Roberts e o belga Jean-Pascal van Ypersele – conseguir a maioria absoluta na primeira votação, a dupla mais bem votada passou de fase. Skea teve 90 votos, contra 69 da cientista brasileira.

Krug, que integra o painel há 21 anos e era sua vice-presidente desde 2015, é uma das cientistas do clima mais renomadas do mundo. Sua candidatura tinha amplo apoio do governo brasileiro e, se fosse bem-sucedida, seria a primeira mulher e a primeira pessoal latino-americana a presidir o órgão.

O nome de Krug havia ganhado ímpeto pelo ineditismo, pelo reconhecimento internacional e por uma demanda crescente por maior representatividade de cientistas e trabalhos do Sul Global na organização. O governo brasileiro dava amplo apoio à candidatura, enviando ao Quênia uma delegação encabeçada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

O grupo, que tinha também a presença da embaixadora Maria Laura da Rocha, secretária-geral e nº2 do Itamaraty, foi acompanhado de uma carta enviada por Lula a diplomatas e intenso corpo a corpo com os representantes internacionais. Em um evento na embaixada brasileira em Nairóbi no início desta semana, a chefe do MMA disse:

“Após quatro anos de abandono de políticas públicas e obscurantismo, o Brasil voltou: voltou a acreditar na ciência, voltou a combater com determinação a ameaça da mudança climática, voltou a contribuir de maneira ativa para as discussões internacionais em prol da proteção do nosso planeta”, disse Marina, que destacou também a redução do desmatamento na Amazônia em 30% no primeiro semestre.

Os esforços britânicos, contudo, também foram significativos, e Skea se pronunciou em um comunicado após votação, afirmando estar “profundamente honrado” de suceder Hoesung Lee no comando do IPCC.

“Como presidente, abordarei três prioridades-chave: garantir a participação inclusiva e colaboração por todas as regiões, promover o uso da melhor e mais relevante ciência e maximizar o alcance e impacto do trabalho do IPCC pelo engajamento com quem elabora políticas públicas e outros stakeholders”, disse ele. “Nós temos as ferramentas, agora precisamos pô-las para trabalhar.”

Skea é um cientista internacionalmente reconhecido que copresidiu o grupo de trabalho do IPCC sobre mitigação das mudanças climáticas no último ciclo de trabalho do painel. Ele é professor emérito da Imperial College, renomada universidade britânica, e um notório crítico de soluções falsas para fazer frente à crise climática.

Ele terá a delicada missão de coordenar o trabalho de centenas de especialistas até o fim desta década, durante a qual a Humanidade precisará reverter a curva de emissão de gases de efeito estufa para limitar o aquecimento global.

O IPCC, que hoje reúne 195 países, foi criado em 1988 no âmbito das Nações Unidas com o objetivo de avaliar a produção científica e técnica sobre as mudanças climáticas, reunindo e avaliando o conhecimento produzido sobre o assunto. É considerado a maior autoridade mundial no que diz respeito à mudança climática.

O órgão identifica onde há consenso na comunidade científica sobre assuntos relacionados às mudanças climáticas, e pontos nos quais mais pesquisas são necessárias. Ele elabora grandes relatórios a cada seis ou sete anos, elaborados por três grupos de trabalho – as conclusões do último ciclo de avaliação da ciência do clima, o sexto, tiveram sua última parte divulgada em março.

Segundo suas últimas conclusões, os dias “quentes” de hoje serão como dias “frescos” da próxima geração. O grupo constatou ainda ser “provável” que o planeta exceda a meta de aquecimento de no máximo 1,5°C até 2100, considerada limítrofe para evitar um cataclismo.

Em 2007, a instituição recebeu o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, por seus esforços em coletar e difundir conhecimento sobre o aquecimento global. As informações são do jornal O Globo.

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