Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de maio de 2021
Bailarina, atriz e escritora prepara trama inspirada no ator, que morreu em dezembro do ano passado, aos 58 anos, após complicações da Covid-19
Foto: TV Globo/DivulgaçãoClaudia Mauro quer transformar dor em arte. Em dezembro do ano passado, a bailarina, atriz e escritora de 52 anos perdeu para a covid o melhor amigo, Eduardo Galvão, e resolveu ressignificar o luto pela morte precoce do ator, aos 58 anos, produzindo uma série sobre ele, com o título provisório de “Ele Delas”.
Escrita por ela em parceria com Helena Lahis, Mirna Brasil Portella e Isabelle Borges, a produção conta a história das seis melhores amigas de Eduardo, que são ela e as atrizes Flávia Monteiro, Helena Ranaldi, Helena Fernandes, Clara Garcia e Lúcia de Sá.
“A ideia da série surgiu de uma dor imensa. Eu tinha falado com Eduardo na semana anterior de ele ser internado e aí ele foi hospitalizado e foi tudo muito rápido. Só pensava nas minhas amigas, que são muito amigas dele também, e são as seis amigas que estão no projeto. A gente se ligou em uma videoconferência e ninguém acreditou no que estava acontecendo, foi uma choradeira, tive uma crise compulsiva de choro com elas e e aí falei: ‘vamos transformar essa dor em arte'”, recorda ela, contando que o processo criativo da série conta ainda com a atriz e coach Larissa Bracher, Mariana Galvão, filha de Eduardo, e Bel Gomes, ex-mulher do ator e mãe de Mariana.
Na história, as seis amigas – vividas por elas – se encontram para jogar as cinzas do amigo querido – Eduardo – e a partir dessa dor, elas se transformam. “Todas estão todas em um momento da vida muito especial, mas distinto. E a partir do encontro delas pela perda desse grande amigo, que é um homem, elas dão uma virada de chave na vida delas.
Elas vão jogar as cinzas no lago preferido dele, na fazenda dele, que é a parte de ficção, e cai um temporal e elas ficam lá a semana inteira juntas. Vai misturar ficção e realidade, histórias verdadeiras”, adianta ela, explicando que a ideia é que a série seja produzida por alguma plataforma de streaming.
Não é a primeira vez que Claudia ressignifica o luto em sua vida. “Isso aconteceu comigo no espetáculo ‘A vida passou por aqui’. Transformei uma dor em arte, uma catarse, obviamente, mas com a intenção de levar uma reflexão, sensível e verdadeira, para o público. As histórias verdadeiras não têm erro, porque a dor existe na vida de todo mundo”, conta, acrescentando:
“Acredito que mostrar a superação também de momentos difíceis, a amizade, que para mim é a relação humana mais bonita e potente, faz as pessoas refletirem. ‘A vida passou por aqui’ foi um espetáculo inspirado na minha mãe, que sofreu um AVC e logo depois perdi meu pai. Dessa dor nasceu a peça que foi premiada e só me rendeu coisas boas.”