Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2017
O MP-AP (Ministério Público do Estado do Amapá) investiga denúncias de tortura a 42 homens atendidos em uma clínica de reabilitação localizada na Zona Norte de Macapá. O dono do local e o irmão dele foram presos nesta sexta-feira (10), pela Polícia Civil.
Materiais que teriam sido usados para supostos maus-tratos também foram apreendidos na clínica, segundo o MP. Na noite desta sexta, os pacientes e os suspeitos passaram por exames de corpo de delito na Polícia Técnico-Científica, na Zona Norte.
Investigação
A clínica estava sendo investigada pelo Núcleo de Inteligência do Ministério Público. As denúncias indicam que os internos sofriam torturas durante o tratamento contra dependências químicas, com agressões físicas e psicológicas.
“Era tortura. Eles maltratavam os internos. Eram todos viciados em álcool e drogas, eram agredidos psicologicamente, emocionalmente, fisicamente, com uso de algemas, agressões físicas, humilhação, spray de pimenta, palmatória. Foi tudo apreendido, inclusive medicamentos vencidos, hoje [10] de manhã. Ainda estamos em investigação. Estamos na promotoria ouvindo os internos e os dois presos”, informou a promotora Andréa Guedes.
Os dois presos são o dono da clínica e o irmão dele, que é o diretor administrativo da unidade. Além dessa, outra clínica para tratamento de mulheres com dependências químicas também estaria sendo investigada.
Não foi preso nenhum outro funcionário. A ação contou com o apoio da equipe de Captura da Polícia Civil. De acordo com Andréa, a clínica não será fechada por enquanto e deve passar por fiscalização.
“A clínica não vai ser interditada ainda, mas ela vai ser fiscalizada tanto pelo MP quanto pela Vigilância Sanitária. Dos 42 internos, eu creio que somente 12 vão voltar agora à noite. Os outros vão ser liberados para serem entregues à família”, informou a promotora.