Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 4 de junho de 2020
O Brasil ultrapassou o número de óbitos da Itália por Covid-19.
Foto: ReproduçãoO número casos confirmados do novo coronavírus no Brasil subiu para 614.941 e o total de mortes chega a 34.021. Nas últimas 24 horas, em novo recorde, foram contabilizados 1.473 óbitos, de acordo com os dados divulgados na noite desta quinta-feira pelo Ministério da Saúde. Agora, o Brasil passou a Itália e ocupa a terceira posição no ranking de países com o maior número de mortes causadas pela Covid-19.
No último balanço do governo ontem, o total de infectados chegava a 584.016, com 32.548 mortes confirmadas no País.
A Itália, que foi um dos epicentros da pandemia na Europa tem 33.689 mortos. Na frente do Brasil estão Reino Unido (39.987) e Estados Unidos (107.685).
Um grupo de 2 mil pessoas deve receber no Brasil, ainda este mês, a dose de uma vacina experimental contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) articula os trabalhos para que metade dos voluntários seja vacinada em São Paulo e metade no Rio. Ainda não foi anunciada a instituição que ajudará com os testes no Rio.
A Unifesp coordenará o ensaio clínico com o produto no País e diz que dentro de poucos dias deve abrir seu sistema de recrutamento de voluntários. Nesta etapa, serão selecionados apenas profissionais de saúde ou trabalhadores em atividades de alta exposição ao vírus, como equipes de limpeza de hospitais e motoristas de ambulância.
O ensaio clínico em questão é um teste de fase 3 (que avalia a eficácia do produto) para uma vacina criada a partir de um vírus que causa resfriado em chimpanzés. O patógeno foi alterado em laboratório e tornado incapaz de se reproduzir em humanos. O que o transforma numa vacina é o fragmento de uma proteína do novo coronavírus que é incorporada a ele e atua como antígeno: faz o sistema imune se preparar para a chegada do vírus real.
Testado em macacos resos, o imunizante batizado de ChAdOx1 teve bom efeito e conseguiu proteger os animais de pneumonia viral, ainda que não tenha impedido a infecção em si. Depois disso, passou por um estudo de fase 1 no Reino Unido, etapa que avaliou a segurança do produto. A fase 2, que avalia a capacidade da vacina de criar uma resposta imune, ainda não acabou, mas já há sinal verde para início da fase 3.
O pedido de teste clínico no Brasil foi aprovado pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Um dos motivos pelos quais o Brasil foi selecionado como local da pesquisa é o fato de a pandemia ainda estar em crescimento acelerado no País, com mais de 500 mil casos e mais de 31 mil mortes.