Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2021
Com a valorização de sua moeda nacional, o guarani, muitos cidadãos do Paraguai têm cruzado a fronteira para fazer compras em Foz do Iguaçu, município localizado na região Oeste do Paraná e que faz fronteira com Ciudad del Este, no país vizinho.
Tradicionalmente, eram os consumidores brasileiros que atravessam a Ponte de Amizade para fazer compras, mas com a desvalorização do real e a valorização da moeda paraguaia, o movimentou tem se invertido.
Desde 1º de janeiro, o guarani teve valorização de cerca de 17% em relação ao real. No começo do ano, R$ 1 valia 1.305 guaranis. Agora, o mesmo valor corresponde a 1.080 guaranis.
“Há uma desvalorização grande do real que faz com que eles tenham um poder de compra maior, então eles acham a mercadoria barata”, relata o comerciante Nasser Hassan, de origem libanesa.
Conforme o economista Henrique Kawamura, a diferença é fruto do comportamento de cada uma das moedas em relação ao dólar.
“Dentre os fatores está a política econômica interna destes países. O Paraguai está mais estável que o Brasil, nós temos vários fatores externos que fazem com que a oscilação seja muito maior do que a moeda paraguaia tem frente ao dólar”, afirmou.
Vantagens
Muitos consumidores paraguaios consideram vantajoso comprar desde itens como roupas e sapatos, até produtos mais comuns de mercado, caso de alimentos e produtos de limpeza.
De acordo com Geremias Francelino, gerente de um supermercado de Foz do Iguaçu, 70% dos consumidores são paraguaios no estabelecimento:
“Eu tenho vários perfis de consumidor paraguaio. Um item que eles compram bastante é cerveja ou bebidas em modo geral. São clientes que compram este produto e fazem a revenda. Mas também tem muitas donas de casa ou donos de casa, que vem fazer compra mensal”.
Aeroporto
Após inaugurar uma nova pista de pousos e decolagens, o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu passou às mãos da iniciativa privada no começo deste mês. A transferência da Infraero para o grupo gaúcho CCR (que arrematou o Bloco Sul dos aeroportos leiloados) deve resultar em investimentos para ampliações e melhorias. A concessionária, que assume o aeroporto pelos próximos 30 anos, investirá R$ 512 milhões.
Dentre as principais obras estão a construção de mais uma pista, de 3 mil metros, a ampliação do terminal de passageiros, a reforma e ampliação do pátio de aeronaves, a reconstrução do estacionamento de veículos e do sistema viário de acesso e a implantação de novas pontes de embarque.
Com a construção da nova pista, a atual passará a ser destinada exclusivamente ao taxiamento. Hoje, ela é usada para os dois fins. Dessa forma, não pode haver pousos e decolagens enquanto uma aeronave está taxiando, o que acaba tomando mais tempo para os procedimentos. Com duas pistas, uma para cada finalidade, as operações serão mais ágeis, o que contribui para viabilizar mais voos.
Conforme o estudo de viabilidade, que consta do edital, em 2018 o aeroporto de Foz registrou uma movimentação de 20.512 aeronaves. A projeção para 2050 é de 68.899. O número de passageiros, que em 2018 foi de 2,28 milhões, deve chegar a 7 milhões até o final da concessão.
O Aeroporto de Foz é é considerado lucrativo. A receita em 2018 foi de R$ 53 milhões, com margem Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) de 35%. A análise econômico-financeira projeta que entre 2023 e 2050 as receitas crescerão a uma taxa média anual de 4,6%.
Haverá um aumento da participação das receitas não tarifárias (resultantes da exploração dos espaços e de serviços como locação de veículos, estacionamento, serviços de alimentação, entre outros), que passarão dos atuais 25% para 29%, conforme a estimativa.