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Por Redação O Sul | 24 de abril de 2019
A ex-presidente argentina Cristina Kirchner, de 66 anos, deve sentar-se no banco dos réus pela primeira vez no próximo dia 21 de maio no julgamento do caso conhecido como “Los Sauces”.
Mesmo investigada por este e outros seis episódios de corrupção, a atual senadora planeja concorrer às eleições presidenciais marcadas para 27 de outubro.
Em pesquisa divulgada no fim de semana pela consultora Isonomia, Cristina levaria 9 pontos de vantagem em um eventual segundo turno contra Mauricio Macri, atual ocupante do cargo.
Apesar de as candidaturas serem formalizadas apenas em junho, quando termina o prazo de inscrição para as eleições primárias de agosto, a sondagem dá 45% dos votos a Cristina contra 36% para Macri em um segundo turno.
Já no primeiro, ambos estariam em empate técnico, com cerca de 30% dos votos.
O terceiro colocado depende ainda da definição de quem será o candidato do peronismo moderado.
O melhor posicionado é Sergio Massa, seguido do ex-ministro da economia Roberto Lavagna e do governador de Salta, Juan Manuel Urtubey. Também há uma dúvida sobre uma provável candidatura independente da União Cívica Radical, que vinha integrando a base aliada de Macri.
A situação econômica do país vem piorando, com aumento da inflação — que chegou a seu recorde desde 1991, com 4,7%, em março — e da pobreza, que já atinge 32% da população. Esse quadro vem debilitando as chances de reeleição do atual presidente, Mauricio Macri.
O julgamento de Cristina, marcado para 21 de maio, envolve a acusação de desvio e lavagem de dinheiro público por meio dos hotéis que pertencem à família Kirchner na Patagônia.
A ex-presidente vive momentos conturbados. Sua filha, Florencia, de 28, também acusada de receber dinheiro ilícito em uma conta em seu nome aberta pela mãe, está internada em Cuba, para onde a ex-presidente obteve permissão de viajar — Cristina estava impedida pela Justiça de sair do país.
Na véspera da viagem, morreu sua mãe, Ofelia.
Porém, a proposta de Cristina de concorrer à eleição presidencial no próximo dia 27 de outubro segue firme. O anúncio oficial deve acontecer no próximo dia 20 de maio, justamente um dia antes do julgamento, no estádio do time de futebol Racing — um dos mais tradicionais de Buenos Aires.
Por ora, Cristina pode responder ao processo, mas, se a Justiça quiser determinar sua prisão, precisa pedir ao Congresso que retire o foro privilegiado a que ela tem direito em função de seu mandato de senadora.