Sexta-feira, 07 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de outubro de 2020
Em 2020, o iPhone demorou para chegar por conta da pandemia do coronavírus, mas pode causar um grande impacto na indústria de tecnologia. Tradicionalmente feito em setembro, o anúncio do novo smartphone da Apple acabou sendo adiado para outubro. Revelado na terça-feira, o novo iPhone 12 traz uma série de inovações que melhoram ligeiramente o produto – uma tela mais resistente, uma câmera com sensores avançados, um chip mais veloz. A principal “novidade”, porém, é que os quatro modelos mostrados pela fabricante de Cupertino funcionarão com o 5G – apelido dado à tecnologia de conexão móvel de quinta geração, atualmente em fase de implantação em vários países.
É a primeira vez que a Apple anuncia um celular compatível com a nova conexão, que deve substituir o atual 4G, trazendo não só mais velocidade, como também uma transmissão de dados mais segura e eficaz. “É uma nova era para o iPhone. O 5G vai trazer ótima experiência em downloads, games e vídeos”, disse Tim Cook, presidente executivo da empresa, durante apresentação online realizada ontem, Para alguns, a empresa chega atrasada ao mercado – isso porque rivais como Samsung, Huawei e Motorola já têm aparelhos com a conexão nas lojas desde o início de 2019. Outros não veem da mesma forma.
“O 5G é uma tecnologia ainda relativamente imatura globalmente, com poucos casos de uso convincentes para o consumidor. Ele ainda vai demorar para atingir massa crítica, mas a Apple pode dar esse empurrão”, diz Thomas Husson, vice-presidente da consultoria americana Forrester. “A Apple vai fazer mais pelo 5G do que o 5G pelos novos iPhones”. É um bom ponto: nos EUA, a tecnologia ainda não está disponível amplamente. Aqui no Brasil, apenas um teste é feito por operadoras, mas só com parte da experiência futura – o País aguarda o leilão de frequências pela Anatel, previsto para o ano que vem, para usufruir do pleno potencial da inovação.
Além do 5G, outra grande novidade apresentada ontem foi o iPhone 12 mini, um modelo topo-de-linha, mas com tela menor que as versões principais do iPhone – ele terá 5,4 polegadas e custará a partir de US$ 729, mesmo preço do iPhone 11 revelado em 2019. “A dinâmica de preço este ano foi muito interessante e os valores vieram abaixo das expectativas, o que é importante em meio à pandemia”, disse Harsh Kumar, da consultoria Piper Sandler & Co, em nota a investidores. Aqui no Brasil, por conta do dólar, os preços não ser tão atraentes assim, por conta da desvalorização do real – na terça, após o evento, a Apple reajustou os iPhones à venda atualmente.
Ausência de carregador
Outra novidade da Apple gerou polêmica: nenhum dos modelos do iPhone 12 será vendido com carregador e fones de ouvido na caixa. A justificativa da empresa é ecológica: com mais de 2 bilhões de carregadores já vendidos, a empresa tenta reduzir emissões de carbono na captação dos metais e na fabricação dos acessórios. No entanto, o tiro saiu pela culatra: nas redes sociais, diversos usuários acusaram a empresa de adotar um discurso bonito para vender mais – afinal, quem não tiver um carregador terá de comprá-lo à parte.
Para Michel Roberto de Souza, advogado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a mudança pode trazer problemas à empresa. “Precisa estar sinalizado na hora da compra que o carregador não está incluso, para não se induzir (o cliente) ao erro”, disse ele, que acredita que a companhia pode incorrer em venda casada, algo proibido pelo Código de Defesa do Consumidor brasileiro. “É algo que ainda está nebuloso.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.