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Mundo Com vitória na Turquia, Erdogan entra no grupo dos líderes com mais de 20 anos de poder; veja lista

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Como novo mandato, turco terá direito de completar 25 anos na chefia do país. (Foto: Reprodução)

Recep Tayyip Erdogan não conquistou apenas mais um mandato de cinco anos como presidente da Turquia no segundo turno deste domingo: garantiu seu espaço entre os líderes há mais tempo no comando de países. Com a vitória, poderá completar 25 anos na chefia do país, incluindo o período no qual atuou como primeiro-ministro.

A lista dos políticos há mais tempo no poder é liderada por Teodoto Obiang Nguema Mbasogo, que desde 1979 — ou seja, há 43 anos — comanda a Guiné Equatorial. No Camarões, Paul Biya já completou quatro décadas no poder, também.

Na Europa, além de Erdogan, no poder desde 2003, há apenas Aleksandr Lukashenko, no poder há 28 anos na Bielorrúsia, e Vladimir Putin, que dirige a Rússia há 23 anos, desde 1999.

Erdogan ditador?

Apesar de ter ganhado pelo voto, especialistas afirmam que a Turquia não é uma democracia e que Erdogan deve continuar usando o processo eleitoral para se manter no poder.

O controle que o governo turco detém sobre a mídia no país é apontado como uma das razões pelas quais o político consegue se manter no poder, acreditam analistas, assim como a perseguição a membros do Exército e servidores civis acusados de participar de um golpe contra ele em 2016.

“Não é como se esta eleição tivesse sido disputada de maneira justa”, argumenta o professor da Universidade de St. Lawrence Howard Eissenstat. “Esta não é realmente uma democracia. 90% da mídia é controlada pelo governo e a estrutura estatal é controlada pelo governo. O aparato do Estado está cheio de pessoas fiéis ao partido. As únicas notícias que as pessoas que não estão na internet conseguem alcançar é a mensagem de Erdogan”.

De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras, 90% da mídia turca é controlada pelo governo e 29 jornalistas estão presos no país.

Apesar da deterioração da democracia na Turquia, especialistas acreditam que esta não deve ser a última eleição nacional, já que Erdogan se beneficia do sistema de voto, ganhando todas as vezes desde a primeira, quando concorreu à prefeitura de Istambul em 1994, e, assim, pode justificar sua permanência no poder dizendo que foi escolhido de maneira justa pelo povo para governar.

Os especialistas acreditam também que a contagem de votos costuma ser justa no país e que fraudes nesse sentido só aconteceriam se a margem de votos entre os dois candidatos fosse muito pequena, já que a sociedade civil é envolvida na apuração e historicamente a participação popular no processo é alta, chegando a quase 90%.

“Ele ganha [as eleições]. É por meio das eleições que Erdogan garante sua legitimidade”, diz o professor da Universidade de Tel Aviv, Hay Eytan Cohen Yanarocak. “Se você chamar Erdogan de ditador, ele vai rir de você e vai dizer: como que um ditador pode ser escolhido por meio de eleições? Um ditador teria sido eleito no primeiro turno, com 95% dos votos, é isso que ele diria. Mas o que ele recebeu foi 49%, o que faz com que ele pareça muito democrático, porque teve que enfrentar um segundo turno”.

Sem herdeiro político

Uma das estratégias que Erdogan já utilizou para se manter no poder foi mudar as regras do jogo. Em 2017, o governo aprovou uma lei que transformava o país de um sistema parlamentarista no atual presidencialismo, extinguindo o cargo de primeiro-ministro e concentrando mais poderes nas mãos do Executivo.

“Ele consegue se manter no poder por meio das eleições, mas não é um sistema democrático mais, não tem sido ao longo dos últimos sete ou oito anos. É um regime híbrido, que combina eleições e liderança autoritária”, diz o professor de Oxford, Dimitar Bechev. “As próximas eleições não serão mais livres, serão mais controladas”.

A dificuldade que o atual líder enfrenta para encontrar um herdeiro político para levar seu projeto adiante pode contribuir para que o país volte ao seu caminho democrático ao qual está acostumado. De acordo com a lei turca, esta seria a última vez que Erdogan poderia concorrer ao cargo de presidente — apesar de que Erdogan já recorreu a estratégias como a mudança para o presidencialismo para se manter no poder em outros momentos.

O professor Dimitar Bechev acredita que a Turquia deve voltar a ser uma democracia no futuro pós-Erdogan, já que a sociedade está acostumada ao sistema, que sobreviverá por meio de resiliência, diferentemente da Rússia de Putin.

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