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Tecnologia Como é a vida dos brasileiros que usam a Starlink, a “internet de Elon Musk”

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Satélites da Starlink orbitam a 500 km de altura. (Foto: SpaceX/Divulgação)

Em 2017, o consultor Arthur Cursino trocou São Paulo por Tapiraí (SP), município na região de Sorocaba. A busca pela vida tranquila, porém, não lhe permitia ter uma conexão de internet de qualidade, fazendo Cursino depender dos limites de velocidade e planos de dados de uma conexão 4G. Em setembro de 2022, porém, a vida mudou quando ele passou a usar a Starlink, serviço de internet via satélite de Elon Musk.

Ele não está sozinho: disponível há pouco mais de um ano no Brasil, a Starlink tem angariado clientes pelo País, especialmente em áreas rurais ou remotas, onde a fibra ótica não chega e o 5G é uma miragem. No caso de Arthur, o salto foi significativo: “Com a Starlink, eu consigo velocidade de 150 Mpbs (megabits por segundo) a 300 Mpbs. No 4G, era 10 vezes menos. Dava para tocar a vida, mas se eu fazia videochamadas, meu filho não podia ver YouTube ao mesmo tempo”, conta.

Isso tem preço: quando a Starlink chegou ao Brasil, era preciso pagar cerca de R$ 5 mil pela antena (sem parcelamento!) e mensalidade de R$ 500. Hoje, os valores estão em R$ 3,2 mil e R$ 295, respectivamente. Ainda assim, é um valor competitivo para quem precisa de conexão rural: na região de Arthur, por exemplo, o plano mais barato da principal empresa de internet via satélite do País, a Hughes, sai por R$ 189 mensais. O serviço, porém, tem limitação de franquia de dados (20 GB) e velocidade máxima de 10 Mpbs, bem inferior à de Musk.

Cursino reclama do preço, mas paga a conta com gosto. “Em termos de velocidade, a Starlink é muito superior a qualquer outra solução que eu tinha. A estabilidade do sinal não é 100%, às vezes tem quedas de 5 a 10 segundos, e a Starlink não aguenta quando cai uma tempestade de verão. Mas ainda assim, é muito bom”, diz o consultor, que também usa a internet para publicar vídeos em seu canal do YouTube, Fuga Pras Colinas.

Graças a um vídeo no canal, a Starlink é mais do que conexão de internet para Cursino: virou negócio. Desde setembro, ele já ajudou mais de 200 pessoas a conseguir uma antena da empresa, cobrando de R$ 160 a R$ 450 pela ajuda técnica.

O mercado de Cursino existe porque conseguir uma antena ou mesmo obter uma resposta da Starlink é tarefa difícil: enquanto o envio do hardware não raro demora dois meses, o suporte (feito a partir dos EUA) pode demorar até uma semana para retornar um pedido de atendimento via telefone 0800.

Aqui no Brasil, a companhia de Elon Musk está representada na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pela Starlink Brazil Holding Ltda, uma empresa que tem a Starlink da Holanda como “sócio domiciliado no exterior” e o empresário Vitor James Urner como administrador. Procurado pelo Estadão, Urner afirma ser só “o representante legal para a abertura da empresa no Brasil”, diz desconhecer os planos da companhia e não ter autorização para falar pela Starlink. A reportagem tentou contato com a empresa e funcionários de sua área de comunicação nos EUA, mas não obteve resposta.

Diante das dificuldades, é natural que as pessoas se unam em comunidades. No Facebook, o grupo Starlink Brasil reúne 1,3 mil usuários e interessados na empresa. Ali, eles trocam dicas sobre o funcionamento da tecnologia, compartilham experiências, além de, claro, dividir a ansiedade pela espera por uma antena – por aqui, a operação logística da Starlink é terceirizada pela operadora DHL, a partir de um armazém sediado em Louveira (SP).

Morador de Sorocaba (SP), o engenheiro Antonio Spadim, 38, é um dos membros mais ativos do grupo, sempre solícito em ajudar os novatos a superar as mensagens em inglês e os menus confusos de site e app da empresa. Usuário da Starlink desde novembro, ele não precisa da antena, pois vive em uma área coberta por fibra ótica. “Comprei por curiosidade mesmo, mas também para auxiliar alguns clientes que estão em áreas remotas”, diz ele.

Entre os testes feitos por Spadim, um chamou a atenção na comunidade: ele decidiu realizar uma live ao vivo usando a antena no teto solar do carro, enquanto viajava de Sorocaba a Conceição dos Ouros (MG), na Serra da Mantiqueira. Com o carro a 80 quilômetros por hora, chegou a ter velocidade mínima de download de 17 Mbps – taxa de transmissão rara em conexões móveis nas estradas brasileiras, ainda mais em locais distantes. “É um exemplo das aplicações que a Starlink pode ter, por exemplo, para transmissões ao vivo ou até mesmo por equipes de defesa civil, em áreas de difícil acesso”, afirma ele.

O teste de Spadim é um ótimo exemplo dos diferenciais da Starlink. A maioria dos serviços de internet via satélite disponíveis no Brasil utilizam satélites geoestacionários, normalmente posicionados a 36 mil km de altura da superfície da Terra. Com mais de 1 milhão de assinantes no mundo todo, a Starlink utiliza uma rede de satélites de baixa órbita, posicionados a cerca de 500 km do chão.

“Para enviar informações, todo sinal tem que ir até o satélite e voltar até a Terra. Por mais que esse sinal viaje próximo à velocidade da luz, é muito diferente trafegar por mil ou 72 mil quilômetros, o que faz a Starlink ter um tempo menor de latência”, explica Márcio Mathias, professor de Engenharia na área de Microondas e Antenas de Propagação da FEI. “É uma experiência de usuário bem melhor que outros serviços via satélite”, define Luciano Saboia, diretor de telecomunicações da IDC Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/como-e-a-vida-dos-brasileiros-que-usam-a-starlink-a-internet-de-elon-musk/ Como é a vida dos brasileiros que usam a Starlink, a “internet de Elon Musk” 2023-03-11
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