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Viagem e Turismo Companhias aéreas testam os efeitos de voos longos no corpo e repensam o serviço prestado a passageiros em viagens que podem durar mais de 20 horas

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Empresas estão começando a mudar tudo, da comida à iluminação e temperatura da cabine. (Foto: Divulgação/Embraer)

O deserto de Sonora é um bom lugar para testar o que voos sem escala ultralongos causam no corpo humano. Companhias de aviação e cientistas estão estudando os efeitos de passar 20 horas ou mais em uma cabine árida e em altitude elevada. E estão começando a mudar tudo, da comida à iluminação e temperatura da cabine, para combater a desidratação, o “jet lag” e os efeitos sedentários de ficar amarrado ao assento assistindo a filmes sem parar por um dia inteiro. As informações são do The Wall Street Journal.

A Singapore Airlines está trabalhando com especialistas em saúde e nutrição do spa Canyon Ranch, no deserto de Sonora, a fim de desenvolver novos menus e programas de wellness para os voos em sua rota de 15 mil quilômetros sem escalas entre Newark, Nova Jersey, e Cingapura, que será lançada em outubro e se tornará a rota aérea comercial mais longa do planeta. A companhia também vai adotar o programa de wellness para voos longos em suas rotas para San Francisco e Los Angeles.

As batatas estão fora, e a couve-flor está dentro. As bebidas serão selecionadas não só para melhorar a hidratação mas para promover idas ao banheiro, e assim garantir que as pessoas se levantem e se movimentem, estimulando o fluxo sanguíneo e alongando os músculos. Mesmo os tamanhos das porções estão sendo reavaliados. “O passageiro está relativamente inativo, e portanto não precisa de tanta comida para se manter bem por 19 horas”, diz Antony McNeil, diretor de comida e bebida da Singapore Airlines.

As pessoas fazem viagens ao outro lado do mundo já há décadas, tipicamente com escalas para trasbordo ou reabastecimento em outro continente. Mas o crescimento da indústria do transporte aéreo nos últimos anos tem vindo de voos ultralongos sem escalas. Aparelhos mais novos como o Boeing 787 e o Airbus A350 têm o alcance e o baixo custo operacional necessários para conectar cidades distantes diretamente. Em 2008, a distância média mundial de uma viagem aérea era de 1.200 quilômetros. Agora é de 1.388 quilômetros, uma alta de 16%, de acordo com a consultoria Oliver Wyman’s PlaneStats.com.

Cerca de um ano atrás, a Qantas Airways lançou o Project Sunrise, um esforço para preparar os voos sem escalas que ela planejava lançar entre Sydney e Londres e entre Sydney e Nova York. A empresa recorreu à Universidade de Sydney para estudar os efeitos de longos períodos de viagem em altitude elevada, e convenceu a Boeing e a Airbus a lhe entregarem cada qual um avião com alcance suficiente para dar meia volta ao mundo sem escalas.

A Qantas já está se expandindo para além da rota Sydney-Dallas, que por algum tempo foi a mais longa das rotas mundiais de aviação em termos de quilometragem. A empresa lançou voos sem escalas entre Perth e Londres, uma viagem de 17 horas, em março, operados pelo Boeing 787.

Para descobrir mais sobre os passageiros em voos longos, a Qantas buscou voluntários entre seus passageiros frequentes, e pediu que usassem monitores nos pulsos e nas pernas. O resultado é que existe grande variação entre os movimentos dos passageiros. Alguns são ativos, e outros se mantêm sedentários por toda a viagem.

Já estão acontecendo mudanças, como postergar o jantar nas partidas noturnas de Perth, para começar a alterar o relógio do organismo do passageiro para o fuso de Londres. Quando é hora de dormir, as luzes da cabine são vermelhas e âmbar, o que facilita o repouso. Luzes azuis e brancas ajudam o passageiro a despertar.

Os comissários de bordo agora ajustam a temperatura da cabine de forma a facilitar o sono. Temperaturas mais frias ajudam o organismo a se desligar. Os padrões de sono são cruciais. Mas a estratégia ideal quanto a isso continua indeterminada. É melhor dormir por um longo período contínuo ou ter dois períodos de sono separados? “Existe muita coisa que se sabe sobre os voos ultralongos, mas também muitas perguntas que ainda precisamos fazer”, disse Phil Capps, diretor de produtos ao consumidor e desenvolvimento de serviços da Qantas.

A Singapore Airlines vêm conduzindo testes quanto a sono e alimentação na sua rota de San Francisco, que envolve uma viagem de quase 17 horas rumo ao oeste. Os passageiros podem dormir e comer quando preferirem, diz Betty Wong, vice-presidente de serviços de voo da Singapore, “mas temos a capacidade de sugerir bons horários para repouso”.

Outra área sob revisão no Canyon Ranch é a do exercício. A Singapore, como muitas empresas de aviação, já produziu um vídeo em que sugere que os passageiros façam alongamento na cadeira, para aliviar a tensão e estimular o fluxo sanguíneo. A companhia está adotando o vídeo com a assessoria do Canyon Ranch, e considerando se deve fazer mais. “Nada de flexões no corredor”, disse Susan Docherty, presidente-executiva dos spas Canyon Ranch, “mas mais exercícios para os passageiros em seus assentos”. A Qantas não descartou a ideia de ter um treinador a bordo para comandar exercícios.

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