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Colunistas Compromisso de uma vida e contrato sem prazo de validade

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Há quase cinquenta anos sou praticante de karatê.

Foto: Reprodução
Há quase cinquenta anos sou praticante de karatê. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Por José Eduardo Fauque De Matei

Há quase cinquenta anos sou praticante de karatê e, nesse período, colaborei na formação de um número incontável de alunos e professores. Por meio de dedicação, esforço e, principalmente, disciplina, alcancei todos os títulos que minha trajetória esportiva tornou possíveis.

Atualmente, continuo formando atletas — amadores, profissionais e aqueles que simplesmente buscam melhorar a qualidade de vida. Buscando aprimorar meu conhecimento técnico, cursei Educação Física, o que representou um salto de qualidade no treinamento que ofereço a meus alunos. Aliar a experiência dos tatames ao conhecimento acadêmico foi, sem dúvida, um divisor de águas.

Mas o verdadeiro ponto de virada em minha formação pessoal e atlética ocorreu em 1982 — ano da Guerra das Malvinas e também do início do Curso de Infantaria no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre (CPOR/PA), onde ingressei como aluno número 157. Essa condição me habilitou a servir no “meu batalhão”: o 3º Batalhão de Polícia do Exército (Batalhão Brigadeiro Jerônimo Coelho).

Na função de oficial subalterno, compreendi e pratiquei, na essência, o significado de disciplina: “orientei o responsável, corrigi o irresponsável e prendi o incorrigível”. O Exército Brasileiro, o Curso de Infantaria e a experiência como tenente comandante de pelotão consolidaram os ensinamentos da vida.

Desempenhei as funções de Oficial de Armamento, Munição e Tiro, Oficial de Treinamento Físico (OTF), concluí com aproveitamento o Curso de Batedor Motociclista Militar e comandei dois dos principais pelotões da Polícia do Exército: o Pelotão de Segurança e o disputadíssimo Pelotão de Investigações Criminais (PIC).

Desde o ingresso, sabia que um dia chegaria o momento de dar baixa do serviço ativo. Ainda assim, nunca parei de formar atletas, de competir e de me apresentar como oficial da reserva do Exército Brasileiro. Em todas as competições que disputei — e nas quais tive a felicidade de subir ao pódio — presto minha continência regulamentar, em sinal de respeito aos símbolos nacionais e celebração à minha pátria.

Aqueles que possuem vocação para a vida militar não enfrentam descontinuidade; jamais serão esquecidos. Não sofro com a reserva, pois realizei o que amo, e por ideal. Nunca deixei de aplicar na vida “paisana” os valores e ensinamentos adquiridos no Exército e cultivados por séculos.

Uso duas fardas com o mesmo orgulho. A primeira é visível: meu karatê gi (kimono). A segunda é invisível, mas inseparável — faz parte de quem sou. Minha honrada farda verde-oliva.

Tenho uma grande dívida de gratidão com a Força Terrestre. O Exército me permitiu pertencer a um seleto grupo de amizades sinceras, incondicionais e vitalícias. Engana-se quem acredita que a relação do oficial R2 com o Exército Brasileiro seja “temporária”. Ela é, como afirmo desde o início, um compromisso para a vida toda — um contrato sem prazo de validade.

“Uma vez PE? Sempre PE!”

José Eduardo Fauque De Matei
1º Tenente de Infantaria – Turma 1982

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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